"Uma jornada de luto, memória e afirmação da esperança" é assim que se apresenta a Jornada Memória e Esperança que arranca já esta sexta-feira, 22 de outubro, e que pretende homenagear as vítimas da COVID-19, as famílias que perderam os seus e, ainda, todos os profissionais que trabalham em prol de minimizar as consequências da pandemia.
Com o intuito de não esquecer o passado, sem perder a esperança no futuro, a iniciativa nasceu sob o mote "ninguém será esquecido".
Nos dias 22, 23 e 24 estão previstas dezenas de ações, em quase todos os distritos de norte a sul do País, que estão abertas a todos os que pretendam homenagear a memória das vítimas da pandemia de COVID-19 e, ainda, ajudar a manter a esperança.
O dia 22 será dedicado à educação. Com vários agrupamentos de escolas envolvidos, tem por base a ideia de que "é fundamental que as crianças também partilhem o que foi para elas esta vivência e o confinamento", refere Deolinda Machado, em declarações ao jornal "Expresso".
No site memoriaeesperanca.pt encontra-se a previsão de dezenas de atividades que, acima de tudo, pretendem evocar a solidariedade da sociedade civil. De exposições a murais, passando por entrevistas, momentos musicais ou acender velas em homenagem às vítimas, são três dias de atividades espalhadas pelo País.
Para conhecer que tipo de ações solidárias decorrem no seu distrito, basta consultar o site da Jornada Memória e Esperança, onde, no caso, também pode submeter a sua inscrição.
Domingo, 24, o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, marcará presença na cerimónia de encerramento, onde vai ajudar a plantar uma oliveira nas imediações do Hospital de Santa Maria, em Lisboa. No entanto, este domingo, 24, o manifesto evoca a solidariedade coletiva.
Os sinos de igrejas e as sirenes dos bombeiros deverão tocar no dia 24, ao meio dia, durante três minutos. E, à noite, a população poderá juntar-se à homenagem colocando uma vela à janela ou em espaços públicos. Mas as ações não ficam por aqui.
"Domingo, 24 de outubro, às 14h00, fazemos memória da pandemia e afirmamos a esperança na sua erradicação em todo o planeta. Guarda 1 minuto de silêncio, com a tua família, os teus companheiros de trabalho", lê-se no site do manifesto.
No entanto, para além da homenagem às vítimas, há uma dimensão nesta iniciativa que passa pela afirmação da esperança.
"Conservar a memória, mas também alimentar a esperança"
Laborinho Lúcio é outra das personalidades que se junta à iniciativa. O ex-ministro da Justiça considera que, “no fundo, pretende-se dar um sinal de esperança por parte de um movimento cívico de cidadãos” e destaca, ainda, a importância da iniciativa para “conservar a memória, mas também alimentar a esperança de que há um mundo à frente e um futuro para construir e aproveitar o que a pandemia gerou entre nós, como movimentos de solidariedade”.
"Não podemos nem queremos esquecer as perto de 900 mil pessoas contagiadas, muitas das quais passaram por situações desesperadas de que estão ainda a recuperar física e psiquicamente. Não podemos nem queremos esquecer as mais de 17 mil vítimas mortais", lê-se no manifesto da Jornada Nacional Memória e Esperança 2021.
"Grande parte sofreu sozinha, morreu longe dos seus e sem possibilidade de um último adeus. Não podemos esquecer os seus familiares e amigos, sobretudo os que não puderam acompanhar e despedir-se dos doentes hospitalizados ou institucionalizados, e de todos aqueles que nem sequer puderam fazer-lhes o funeral”, avança o mesmo documento.
Desde a chegada da pandemia a Portugal, em março do ano passado, estão confirmadas 18.117 mortes, um milhão e 82 mil casos e um milhão e 34 mil recuperados.