Quem já contraiu o SARS-CoV-2 pode voltar a ser reinfectado dentro de um ou dois anos. Máscaras de protecção individual ajudam a estender a protecção contra o vírus, mas a vacinação revela-se crucial, confirma estudo.

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O grupo de investigadores alerta que as pessoas podem ser reinfectadas em apenas alguns meses, se não forem vacinadas contra a covid-19. “A imunidade tem uma vida relativamente curta. Todos se devem vacinar mesmo que tenham ficado infectados”, refere Jeffrey Townsend, co-autor do estudo e bioinformático da Escola de Saúde Pública da Universidade de Yale, nos Estados Unidos da América, avança o jornal "Público".

Com base na análise das relações genéticas entre a COVID-19 e outros vírus, os resultados finais sugerem que o risco médio de reinfecção aumenta em cerca de 5% quatro meses depois da infecção inicial e em 50% depois de 17 meses. Em termos gerais, a protecção natural parece persistir menos de metade do tempo do que dura para os três coronavírus da constipação comum, lê-se na mesma publicação.

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Com base no esmo estudo, publicado na revista científica "The Lancet", Jeffrey Townsend adianta que ficou “surpreendido e assustado” com as descobertas, sendo que estas sugerem que a COVID-19 poderá fazer a transição de uma doença pandémica para uma doença endémica.

Apesar de o novo estudo voltar a confirmar a possibilidade, já em maio de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) avançou que o novo coronavírus pode tornar-se endémico como o VIH, com a possibilidade de nunca vir a ser erradicado.

“É importante colocar isto em cima da mesa: este vírus pode tornar-se apenas mais um vírus endémico nas nossas comunidades, e pode nunca desaparecer”, disse, à data, o especialista em emergências da OMS, Mike Ryan.

“Ninguém espera que a imunidade dure muito tempo num vírus que está a evoluir especificamente para lhe escapar”, acrescenta Sarah Cobey, especialista em biologia evolutiva da Universidade de Chicago, estado de Illinois, em declarações à revista "Nature".

A vacinação revela-se crucial no que à proteção contra à COVID-19 diz respeito, sendo que, de acordo uma uma pesquisa publicada pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças, e citada pelo jornal "Público", em agosto deste ano, um indivíduo não vacinado tem duas vezes mais hipóteses de ser reinventado num curto espaço de tempo em comparação com quem já tomou as duas doses da vacina.