A jovem de 16 anos que confessou ter assassinado à facada e enterrado a irmã de 19 em Peniche foi traída pelo telemóvel da vítima e pelas mentiras que contou às autoridades. A rapariga manteve o cadáver da irmã escondido durante três dias debaixo da cama, até conseguir reunir condições para o levar, dentro de sacos de plástico, e com recurso a um carrinho de mão, para um descampado relativamente perto da casa onde viviam, onde o enterrou. Depois disso, participou na farsa de tentar vender a história de que a irmã tinha ido para Lisboa ter com um namorado, precisamente o que contou à polícia. Só que as provas demonstravam que ela estava a mentir.
O corpo de Lara permaneceu enterrrado no terreno baldio durante três semanas, tempo que levou a Polícia Judiciária a terminar a investigação. Uma das primeiras coisas que os inspetores fizeram foi detetar as antenas que o telemóvel da vítima tinha usado na noite do desaparecimento, e logo aí perceberam que algo de errado se estaria a passar. Isto porque, de acordo com os registos, e até ser desligado, o telemóvel de Lara nunca terá saído da sua residência, ou seja, a versão contada pela irmã, de que teria visto Lara a sair de casa e ido para Lisboa não podia bater certo, porque a irmã levaria sempre o telefone, que entretanto estava desaparecido. E a assassina-confessa dizia sempre que tinha tentado ligar à irmã e que ela não atendia o telemóvel, e tinha apagado a conta de Instagram, o que não poderia ser verdade, porque não havia registos de tentativas de chamadas nem chamadas não atendidas no telefone de Lara.
Após ter sido confrontada com as contradições e mentiras, a irmã acabou por admitir que tinha matado a irmã com recurso a uma arma branca, que ainda não foi encontrada.
A jovem foi entretanto ouvida durante mais de cinco horas no Tribunal de Instrução Criminal de Leiria, e a confissão do crime terá levado o juiz a aplicar-lhe a medida de coação mais gravosa, a prisão preventiva. A homicida irá agora ser encaminhada para o Estabelecimento Prisional de Tires onde irá esperar pelo julgamento que, de acordo com o "Correio da Manhã" deste sábado, 16 de setembro, deverá acontecer apenas no decorrer do próximo ano.
Quem esteve a acompanhar a filha no interrogatório foi a mãe, Marina Silva, que, ainda de acordo com o "CM", garantiu que nunca abandonou as filhas e as visitava periodicamente.