Luis Armando Albino foi raptado aos 6 anos de idade num parque na cidade de Oakland, nos Estados Unidos. Sete décadas mais tarde, graças a um teste de ancestralidade, análise de fotografias antigas, artigos de jornais e à persistência da sobrinha, foi finalmente encontrado.

A história foi tornada pública pelo jornal "The Mercury News", que adiantou que Luis foi raptado a 21 de fevereiro de 1951 por uma mulher, um ano depois de ter chegado aos Estados Unidos com a mãe e cinco irmãos, vindos de Porto Rico.

Naquela altura, Luis ainda não falava inglês. Enquanto brincava no parque com o irmão mais velho, uma mulher que falava espanhol aproximou-se e prometeu oferecer-lhe doces. O menino foi raptado e levado para a Costa Leste dos Estados Unidos, onde foi criado por um casal.

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As autoridades organizaram uma vasta operação de buscas, que envolveu polícia, militares e polícia marítima. Roger, o irmão mais velho de Luis, foi interrogado várias vezes, mas a sua versão da história nunca mudou: uma mulher com um lenço na cabeça tinha levado o irmão.

Luis, que hoje é avô e foi bombeiro e veterano do Corpo de Fuzileiros Navais, só foi reencontrado pela família 73 anos depois. O reencontro foi possível graças ao esforço incansável da sobrinha de 63 anos, Alida Alequin que contou com o apoio da polícia local, do FBI e do Departamento de Justiça.

"Obrigada por me encontrares", foram as primeiras palavras que Luis disse à sobrinha, que revelou que o tio preferiu não falar com os meios de comunicação social.

Em 2020, Alida decidiu fazer um teste de ancestralidade "só por diversão". A análise de ADN revelou uma correspondência de 22% com um homem. No entanto, a investigação pessoal daquele ano não obteve nenhum resultado concreto. Quatro anos mais tarde e com a ajuda das filhas, Alida retomou a investigação

No início de 2024, visitaram a biblioteca local, onde encontraram edições antigas de jornais e uma foto de Luis e Roger. A descoberta reforçou a convicção de Alida de que estava no caminho certo. No mesmo dia, entrou em contacto com as autoridades.

Luis foi finalmente localizado na Costa Leste dos Estados Unidos e forneceu uma amostra de ADN, que foi comparada com uma amostra da mãe de Alida. A confirmação chegou a 20 de junho, quando as autoridades foram a casa da mãe de Alida  informar que o tio tinha sido encontrado.

“Só começámos a chorar quando os investigadores se foram embora. Agarrei nas mãos da minha mãe e disse-lhe: ’Encontrámos o tio’. Fiquei eufórica”, confessou a mulher ao jornal local. Quatro dias mais tarde, Luis viajou até Oakland, onde conheceu a sobrinha e se reencontrou com os irmãos e outros familiares.

Em julho, regressou para uma visita de três semanas e mal sabia que seria a última vez que ia ver o irmão. Roger acabou por morrer em agosto. “Acho que ele morreu feliz. Estava em paz consigo próprio por saber que o irmão foi encontrado”, disse a sobrinha de Luis.

Alida contou ainda que a mãe do homem que esteve desaparecido durante sete décadas faleceu em 2005, mas nunca perdeu a esperança de encontrar o filho com vida.

Por Carolina Pinho (estagiária MAGG)