É uma daquelas histórias inacreditáveis que parecem fazer parte de um filme. Uma mãe foi surpreendida às 20 semanas de gravidez quando as águas rebentaram, o que obrigaria a que o parto fosse feito no imediato. Foi de urgência para o hospital onde ficou em observação durante 24 horas. Foi então que os médicos lhe deram a pior das notícias: o coração do bebé deixara de se ouvir. Logo na altura marcaram-lhe uma data de parto induzido para que o feto fosse retirado. Só que a mulher não ficou convencida. E pediu para que fosse feito mais um exame final. "Eu tinha um instinto", revelaria, mais tarde. Tinha razão: no novo exame, voltou a ouvir-se o coração do bebé. "Foi o meu milagre de Natal", disse.

A história começou no início de outubro, em Bradford, Inglaterra. Hannah Cole, 27 anos, deu entrada de urgência na enfermaria do hospital de Bradford, após lhe terem rebentado as águas, quando estava grávida de apenas 20 semanas, quando o normal para o nascimento de um bebé é entre as 37 e as 41 semanas. As probabilidades de sobrevivência de um bebé com tão pouco tempo de gestação são praticamente nulas. 

bebé nasce de 24 semanas

A mulher e o bebé foram submetidos a vários exames e a pior notícia foi comunicada a Hannah no dia seguinte: o seu bebé tinha morrido, não se registava batimento cardíaco. Após umas horas de profunda tristeza, e depois de lhe ter sido comunicada a data em que iria ser feito um parto induzido para lhe ser retirado o feto, a mulher sentiu "um instinto", revelou ao "Daily Mail". Pediu novos exames ao batimento cardíaco do bebé. E aconteceu o que chamou de "Milagre de Natal". O eletrocardiograma feito ao feto voltou a mostrar o registo de batimentos cardíacos. Só que o bebé ainda não estava pronto para nascer. Os médicos conseguiram manter o bebé vivo durante mais quatro semanas, até à data em que finalmente optaram por fazer o parto. A 30 de outubro, Oakley Cole-Fowler nasceu com apenas 24 semanas e três dias, com 780 gramas.

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Seguiram-se meses de enorme angústia, sofrimento, desespero, por parte da mãe, que ia vendo o filho lutar pela vida numa incubadora. "Foi como uma montanha-russa, sempre para cima e para baixo, muito stressante", revelou Hannah. Quando tinha apenas oito dias, o bebé teve de ser operado de urgência, depois de lhe ter sido diagnosticada uma enterocolite necrosante, uma doença que leva a que os tecidos do intestino se inflamem e morram. Contra todas as expectativas, Oakley foi-se aguentando. "Ele tem sido um pequeno lutador", disse a mãe.

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Quase dois meses depois, o bebé continua internado no serviço de neonatologia do hospital de Brendford, mas já não necessita de respirador assistido, e regista melhoras consideráveis. "Estou muito aliviada", revela Hannah. O bebé está a crescer de forma saudável mas só deverá abandonar o hospital  a partir de 9 de fevereiro de 2023, a data prevista para o seu parto original, e momento em que os médicos deverão considerar o seu desenvolvimento o adequado para ter alta.

"Mal posso esperar pela hora para o levar para casa e para podermos ser uma família normal", revelou Hannah ao mesmo jornal.

Entretanto, o hospital abriu um inquérito para apurar as circunstâncias que levaram a que o exame inicial a Oarkley tivesse revelado que o coração não estava a bater. Os resultados serão comunicados em breve à família. Antes disso, Sarah Hollins, directora de obstetrícia do hospital de Bradford apresentou "as sinceras desculpas pela angústia e ansiedade causadas a Hannah Cole".