
Morreu este sábado, 16 de agosto, um dos homens mais marcantes do futebol português ao longo dos últimos 30 anos. Joaquim Oliveira foi uma figura central do negócio do desporto em Portugal, fundador da Olivedesportos, cofundador da SportTV e antigo dono de um dos grupos de media mais fortes, o Global Media, na altura composto pelo "Diário de Notícias", "Jornal de Notícias", "24horas", "O Jogo" e a rádio TSF. A notícia foi confirmada pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que decretou um minuto de silêncio em todos os jogos deste fim de semana. Uma infeção bacteriana terá estado na causa da morte do empresário, irmão do antigo futebolista, treinador e selecionador nacional, António Oliveira.
Nascido em Penafiel a 12 de fevereiro de 1947, Joaquim Francisco Alves Ferreira de Oliveira cresceu numa família modesta. Ainda jovem passou por vários trabalhos, cumpriu serviço militar e, no final dos anos 60/início dos 70, emigrou para Luanda, onde abriu negócios de restauração e retalho.
Regressado a Portugal, entrou no universo da publicidade em recintos desportivos e, em 1984, fundou a Olivedesportos, empresa que viria a dominar durante décadas os direitos televisivos do futebol. Em 1994 comprou o diário desportivo "O Jogo" (então em risco de fechar). Em 1998, lançou — em parceria com a RTP e a PT Multimédia — o primeiro canal de desporto português por subscrição, a Sport TV. O novo modelo mudou hábitos, receitas e as grelhas televisivas do país.
A aposta nos media ganhou outra escala em 2005, quando a sua Controlinveste adquiriu a área de imprensa da Lusomundo, juntando ao "O Jogo" títulos como o "Jornal de Notícias", "Diário de Notícias", "24 horas" e a rádio TSF (criando o grupo que mais tarde se veio a chamar Global Media Group).
Paralelamente, tornou-se investidor em várias SAD de clubes portugueses: teve posições no FC Porto, Sporting, Benfica e SC Braga (entre outras), participação que foi sendo ajustada ao longo dos anos — incluindo vendas parciais no Benfica já nesta década. O entrelaçar de interesses rendeu-lhe a alcunha de “rei dos direitos televisivos” e uma aura simultaneamente admirada e contestada.