O Presidente russo Vladimir Putin vai fazer uma declaração oficial e solene esta quarta-feira, 21 de setembro, presumivelmente de manhã, em que se espera que anuncie um escalar definitivo da guerra. Não é conhecido o teor da mensagem mas a maior parte dos especialistas no Kremlin garantem que o que aí vem é muito sério.
Em primeiro lugar, Putin deverá fazer o que ainda não foi feito: uma declaração oficial de guerra à Ucrânia. Até hoje, o que aconteceu foi, tecnicamente, uma invasão do território ucraniano. Ao declarar guerra ao país vizinho, Putin estará a poder usar de meios legais, de acordo com a lei russa, para poder fazer coisas como mobilizar população civil para o Exército, conseguindo, com isso suprimir as muitas baixas que as tropas russas têm tido — algo que não era esperado por Moscovo, que acreditava que a guerra terminaria em poucos dias ou semanas.
É também esperado que Vladimir Putin declare como posse da Rússia alguns territórios ucranianos entretanto invadidos, conquistados e ocupados pelas tropas russas.
A declaração de Putin, se acontecer dentro do teor que é esperado pelos especialistas, mostra, sobretudo, que a Rússia vai apostar as fichas todas na guerra com a Ucrânia, depois de ter invadido o país vizinho com um exército mais reduzido, porque era o que o Kremlin considerava necessário para derrotar os ucranianos. Enganaram-se. Milhares de soldados russos foram mortos, muitos territórios invadidos e ocupados foram entretanto recuperados pela Ucrânia, e a situação está muito longe de ser favorável a Moscovo. Putin tinha duas opções: recuar ou avançar. Vai avançar, e vai com tudo.
A declaração de Putin acontece no mesmo dia em que o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, discursa nas Nações Unidas, e onde, seguramente, irá abordar a invasão da Ucrânia por parte da Rússia.