Logo no início de 2021 Portugal vai receber o primeiro lote de vacinas da farmacêutica Pzifer e um segundo em fevereiro. As primeiras vacinas a chegar serão administradas um a dois dias depois de aterrarem em Portugal, conforme revelado esta quarta-feira, 9 de dezembro, pelo coordenador do Plano Nacional de Vacinação, Francisco Ramos, no programa "Grande Entrevista" da RTP.

Francisco Ramos acrescenta que a "grande dúvida é a quantidade" de vacinas que irão chegar a Portugal. Só a 29 de dezembro é que a União Europeia dará parecer positivo para a distribuição de vacinas aos países membros, mas o antigo secretário de Estado da Saúde prevê que o País receba 1,5 milhões vacinas da Pfizer no primeiro trimestre de 2021.

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O objetivo, segundo o coordenador do Plano Nacional de Vacinação, é vacinar 50 mil pessoas por dia nos centros de saúde sem pôr em causa o funcionamento destas unidades de saúde. "Nas grandes cidades será possível encontrar outros espaços onde as equipas dos centros de saúde operem" a administração de vacinas, acrescentou Francisco Ramos.

A prioridade será prevenir a mortalidade, nomeadamente de idosos em lares, profissionais de saúde e de risco e a quem sofrer de "doença severa", associada a patologias como doença renal crónica.

Quanto aos idosos em lares, Francisco Ramos alerta que "não serão vacinados no mesmo dia", mas sim à medida que as vacinas forem distribuídas em lares e hospitais e com marcação de "local, data e hora", afirma. Quanto a outros grupos prioritários com declaração médica que confirme condição clínica que permita a vacinação na primeira fase do plano, serão convocados pelos centos de saúde.

No total, o coordenador do Plano Nacional de Vacinação prevê que sejam vacinadas 950 mil pessoas até fevereiro.

Portugal só vai receber vacinas da Pfizer?

Findo os dois primeiros lotes de vacinas da farmacêutica Pfizer, poderão chegar a Portugal mais doses de vacinas, desta vez da farmacêutica Moderna, contudo Francisco Ramos revela que só em meados de janeiro deverá ser tomada uma decisão das autoridades de saúde sobre a avaliação final e aceitação desta vacina.

O mesmo acontece com outras empresas farmacêuticas, como a Oxford/AstraZeneca, que ainda não tem data apreciação pelas autoridades de saúde, revela o antigo secretário de Estado da Saúde.

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Francisco Ramos, responsável pelo plano de vacinação de combate à COVID-19, lembra que, primeiro, o importante é ter "garantias de segurança" em todas as vacinas. É preciso "esperar mais alguns meses par ver se as vacinas fazem aquilo que prometem", acrescenta.

De qualquer modo, o coordenador revela que "no melhor cenário" os especialistas admitem que 50 a 70% da população possa estar vacinada até final da primavera, embora lembre que a vacinação não seja obrigatória.

Numa nota final, Francisco Ramos congratulou-se com o apoio e articulação da Direção-Geral de Saúde (DGS), INFARMED, Serviços Partilhados do Ministério da Saúde e das Forças Armadas (FA).