Depois da polémica com as pobres condições de higiene e segurança num lar em Reguengos de Monsaraz, foi revelado esta quarta-feira, 19 de agosto, em conferência de imprensa, que foram feitas 500 visitas a lares no último mês e meio para assegurar o cumprimento das medidas preventivas no contexto da COVID-19. Marta Temido, ministra da Saúde, já afirmou que pretende fazer mais mil visitas este mês. Assim, as visitas efetuadas chegaram apenas a um quinto dos lares de idosos.

A ministra explicou também que há um despacho, em vigor desde 29 de junho, que determina a monitorização mensal do cumprimento das orientações preventivas nos lares. O objetivo é "antecipar problemas e identificar não conformidades", disse Marta Temido, como escreve o "Jornal de Notícias".

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Marta Temido também acrescentou que as visitas concretizadas começaram pelo Alentejo, seguindo-se Algarve, Lisboa e Vale do Tejo e norte, numa ordem que reflete a preocupação com a evolução dos surtos em estruturas residenciais de idosos. Até ao final deste mês "está prevista a visita a mais mil" das mais de 2500 instituições.

No entanto, a mesma publicação refere que o peso destas visitas tem caído maioritariamente sobre a Segurança Social. "Nas estruturas residenciais para pessoas idosas, o acompanhamento mensal do cumprimento das orientações de caráter preventivo tem sido efetuado, em regra, pelo respetivo centro distrital de Segurança Social, de forma presencial ou à distância, através da solicitação de informações maioritariamente de caráter quantitativo", pode ler-se numa nota da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) às suas associadas, que gerem 863 lares em Portugal.

"As visitas têm sido mais dos centros distritais da Segurança Social", explica Lino Maia, presidente da organização, que também refere que a instituição de carácter social não tem recursos humanos para estar em todo o lado. "Saúde e Segurança Social têm uma parede ao meio, intransponível. É preciso uma maior articulação. Isso é que me parece que está a faltar", diz o presidente da CNIS, referindo-se à falta de comunicação entre as duas entidades.