O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, vai discursar esta quinta-feira, 21 de abril, às 17h na Assembleia da República (AR) portuguesa. O discurso será feito por videoconferência e assistido por vários convidados. No entanto, haverá seis ausências: os deputados do PCP com representação na AR, dado que o partido anunciou esta quarta-feira, 20, que não iria participar no discurso do presidente da Ucrânia por este personificar "um poder xenófobo e belicista".
“O PCP não participará numa sessão na Assembleia da República concebida para dar palco à instigação da escalada da guerra contrária à construção do caminho para a paz, com a participação de alguém, como Volodymyr Zelensky, que personifica um poder xenófobo e belicista rodeado e sustentado de forças de cariz fascista e neonazi, incluindo de caráter paramilitar, de que o chamado Batalhão Azov é exemplo”, anunciou Paula Santos, líder parlamentar do partido.
Este partido não ouvirá, por isso, os temas que deverão marcar o discurso (sem limite de tempo): a guerra com a Rússia e o que significa para o futuro da Europa, as referências históricas sobre outras guerras e lutas, incluindo o 25 de abril, aponta o "Diário de Noticias", a relação de amizade entre Portugal e a Ucrânia e possivelmente um apelo para mais apoio militar ou ajuda humanitária ao país sobre ataque russo.
A sessão solene de boas vindas vai contar com a presença do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do presidente do Parlamento, Augusto Santos Silva, e do primeiro-ministro, António Costa, bem como de altas entidades do Estado — como a procuradora-geral da República, a provedora de Justiça e os chefes do Estado-Maior-General das Forças Armadas —, presidentes dos principais tribunais, antigos chefes de Estado, de Governo e da Assembleia, deputados, eurodeputados, representantes da República para as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira e ainda representantes da comunidade ucraniana em Portugal nas galerias do parlamento.
E a lista não fica por aqui: conta-se também com a presença da ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, e o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Francisco André, avança à agência Lusa uma fonte governamental, segundo a SIC Notícias.
Será o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, a abrir a sessão solene e a dar a palavra a Volodymyr Zelensky e, no fim do discurso, vão ouvir-se os hinos de Portugal e da Ucrânia, tocados pela banda da Guarda Nacional Republicana, que estará nos Passos Perdidos.
Na primeira vez em que o Parlamento recebe um Chefe de Estado por videoconferência, tudo foi feito para que o discurso de Volodymyr Zelensky fosse percebido com eficácia. Há várias dias que a tecnologia tem sido testada para prevenir falhas e está garantida a tradução simultânea para português, avança o "Correio da Manhã". Assim, quem estiver na sala das sessões ouvirá no imediato a voz do presidente ucraniano em português, sem recurso a auriculares.
Contudo, uma palavra não precisará de ser traduzida. O presidente da Ucrânia aprendeu a dizer "obrigado", avança a CNN Portugal, segundo uma fonte oficial da embaixada.