Um adoçante artificial, conhecido por aspartame, que é muito utilizado em pastilhas elásticas ou em refrigerantes “light” ou “zero”, deverá ser classificado como “possivelmente cancerígeno” a partir de julho, segundo uma análise realizada pela Agência Internacional de Investigação em Cancro (IARC) da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Este adoçante pode ser encontrado em bebidas como Coca-Cola Zero ou Fanta, em pastilhas elásticas, pasta de dentes, misturas para sobremesas e ainda em rebuçados para a tosse que não apresentem açúcar.

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Desde 1981, de acordo com o comité de especialistas em aditivos alimentares da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura e da Organização Mundial de Saúde (JECFA), que o consumo deste adoçante é considerado seguro dentro de certos limites diários. Em modo de exemplo, um adulto com 60 kg teria de beber entre 12 a 36 latas de refrigerantes “zero” todos os dias para estar em risco de desenvolver cancro.

Esta nova classificação já foi contestada por algumas entidades que consideraram que a decisão “contradiz décadas de provas de elevada qualidade”. “O aspartame é um dos ingredientes mais investigados da história, com mais de 90 agências de segurança alimentar em todo o mundo a declarar que é seguro, incluindo a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos, que efetuou a avaliação de segurança mais completa deste adoçante até à data”, referiu Frances Hunt-Wood, da Associação Internacional de Adoçantes, citada pelo jornal “Daily Mail”.

Também um conjunto de médicos refutaram a apreciação feita a este adoçante artificial. “O aspartame provou ser um instrumento seguro para reduzir as calorias e os açúcares de dieta, e é um dos ingredientes mais extensivamente estudados, com mais de 40 anos de investigação de elevada qualidade a apoiar a sua segurança”, mencionou John Sievenpiper, especialista em ciências nutricionais da Universidade de Toronto.

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“É também importante notar que o facto de algo poder eventualmente causar cancro não significa que o cause automaticamente se estivermos expostos a essa substância. É a quantidade que acaba por se tornar em veneno”, apontou Oliver Jones, especialista em química do Instituto Real de Tecnologia de Melbourne (RMIT University), na Austrália.

Sabemos que os raios ultravioleta do sol causam cancro e é por isso que usamos protetor solar na praia, mas não usamos protetor solar quando saímos à rua no inverno, apesar de continuarmos expostos à luz solar. Isto acontece porque a quantidade que apanhamos é mais baixa no inverno”, exemplificou Oliver Jones.

Várias empresas começaram a utilizar, nas últimas décadas, este tipo de adoçante artificial numa tentativa de reduzir os açúcares que estão presentes em muitas bebidas ou alimentos. Contudo, esta decisão pode agora pôr em causa o fabrico destes produtos alimentares que apostam no aspartame como substituto ao açúcar.