Uma ativista LGBTQ russa, Yelena Grigoryeva, foi esfaqueada em São Petersburgo no domingo passado, 21 de julho, depois do seu nome ter sido apresentado numa lista de um site que incentiva as pessoas a "caçar" ativistas LGBTQ. Chama-se "Saw" e, como o próprio nome indica, inspira-se no filme homónimo.

Segundo o jornal russo "Fontanka", o principal suspeito é um homem de 40 anos, natural da região de Bashkiria. De acordo com as publicações online de amigos e colegas, Grigoryeva estava preocupada com a sua segurança depois de ter encontrado o seu nome e informações pessoais no site.

"Descobri que a Lena pediu a um amigo em comum para cuidar do seu gato em caso de morte, quando foi ameaçada de homicídio", escreveu o amigo e colega ativista Dinar Idrisov numa publicação no Facebook.

"O estado russo foi obrigado a garantir-lhe o direito à vida", continuou Idrisov. "Lena e a advogada apelaram por segurança tanto no facto da violência como também no facto das ameaças, mas não houve nenhuma reação percetível."

Na terça-feira, Idrisov atualizou a publicação para anunciar que a mãe de Grigoryeva tinha encontrado o corpo da filha e que os investigadores em São Petersburgo estavam no controlo do caso. Outros ativistas disseram ainda nas redes sociais que o corpo de Grigoryeva foi encontrado perto da sua casa no fim de semana, com facadas e sinais de estrangulamento, segundo escreve o jornal “The Moscow Times.”

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A 18 de julho, uns dias antes de morrer, Yelena Grigoryeva publicou uma espécie de aviso no Facebook sobre o site “Saw”. Grioryeva começou por dizer que o site organiza uma "caça a homossexuais, bissexuais e transgéneros.” Chegou à internet na primavera de 2018 e já tinha sido fechado várias vezes, mas conseguia sempre voltar. O site partilhava os dados pessoais dos ativistas, fotos e moradas, oferecendo ainda prémios para aqueles que fizessem um ataque.

“As agências de segurança ainda não fizeram nada para encontrar os criadores deste 'jogo' e levá-los à justiça”, escreveu Grigoryeva.

Três dias depois desta publicação, Yelena Grigoryeva foi encontrada morta. Segundo a "NBC NEWS", a polícia de São Petersburgo confirmou que a mulher tinha sido ameaçada repetidamente, mas que as ameaças não pareceram um risco para a sua vida e estavam relacionadas com conflitos domésticos com pessoas que ela conhecia. 

Neste momento, o site já não está a funcionar.