A cerimónia de abertura da 33.ª edição dos Jogos Olímpicos de verão aconteceu esta sexta-feira, 26 de julho, e teve o rio Sena a substituir o habitual estádio olímpico. O desfile dos atletas – de seis quilómetros – fez-se em quase 100 barcos, equipados com câmaras, e no percurso foi possível contemplar vários monumentos da capital francesa, como a Catedral de Notre-Dame, o o Louvre, o Museu d’Orsay e a Torre Eiffel.

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Das atuações musicais de Lady Gaga e Céline Dion, que voltou aos palcos após o diagnóstico de síndrome de pessoa rígida, ao desfile da comitiva portuguesa, passando pelos atletas históricos que carregaram a tocha e o mistério da figura mascarada, eis cinco momentos marcantes da cerimónia.

1. Lady Gaga foi o primeiro momento musical da noite

Lady Gaga abriu as atuações musicais da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos deste ano, tendo cantado o tema “Mon Truc en Plumes” de Zizi Jeanmaire, envolvida em penas cor-de-rosa e pretas.

“Embora não seja uma artista francesa, sempre senti uma ligação muito especial com os franceses e com a música francesa. Não queria nada mais do que criar uma atuação que aquecesse o coração de França, celebrasse a arte e a música francesas e, numa ocasião tão importante, recordasse a todos uma das cidades mais mágicas do mundo: Paris”, escreveu a cantora norte-americana de 38 anos nas redes sociais.

Contudo, a atuação de Lady Gaga terá sido pré-gravada, tal como é possível perceber através de vídeos a circular nas redes sociais. "Não acreditem na televisão", alertou um utilizador.

A cantora franco-maliana Aya Nakamura também atuou sobre o Sena, acompanhada de elementos da Guarda Republicana, com o seu êxito “Djadja”. Axelle Saint-Cirel, uma mezzo-soprano francesa, cantou o hino de França com um vestido com as cores da bandeira do país, do telhado do Grand Palais.

2. Quatro anos depois, Céline Dion voltou a cantar em público 

Os rumores confirmaram-se. Céline Dion voltou a atuar na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos deste ano, tendo cantado “L’Hymne à l’amour” de Édith Piaf no primeiro andar da Torre Eiffel. Em 1996, a cantora de 56 anos cantou “The Power of a Dream” na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Atlanta, nos Estados Unidos.

“Sinto-me honrada por ter atuado esta noite, na Cerimónia de Abertura de Paris 2024, e cheia de alegria por estar de volta a uma das minhas cidades favoritas. Acima de tudo, estou muito feliz por estar a celebrar estes atletas fantásticos, com todas as suas histórias de sacrifício e determinação, dor e perseverança. Todos vocês têm estado tão concentrados no vosso sonho e, quer levem ou não uma medalha para casa, espero que o facto de estarem aqui signifique que esse sonho se tornou realidade para vocês. Devem estar todos muito orgulhosos, sabemos o quanto trabalharam para serem os melhores dos melhores. Mantenham-se concentrados, continuem, o meu coração está convosco”, escreveu a cantora nas redes sociais.

Céline Dion não cantava publicamente há quatro anos, tendo a sua última atuação sido no dia 8 de março de 2020 em Newark, nos Estados Unidos. A cantora foi diagnosticada com síndrome de pessoa rígida, um distúrbio neurológico raro que causa rigidez nos músculos e que a levou a cancelar os espetáculos agendados para 2023 e 2024.

 3. A apresentação da comitiva portuguesa

A comitiva portuguesa foi a 151.ª a ser apresentada, partilhando o barco com o Catar e a Coreia do Norte, e tinham Fernando Pimenta e Ana Cabecinha como porta-estandartes. Todos os atletas acenaram com mini bandeiras portuguesas.

Na primeira embarcação seguia a delegação da Grécia, como manda a tradição, homenageando as origens dos Jogos Olímpicos na Grécia Antiga. Seguia-se a equipa olímpica dos refugiados com a bandeira do Comité Olímpico Internacional, e a última foi a comitiva do país anfitrião, a francesa.

4. Vários atletas históricos carregaram a tocha até à pira olímpica

Vários atletas históricos carregaram a tocha em direção à pira olímpica, acesa pelo judoca Teddy Riner e a atleta Marie-José Perec. Já na parte final da cerimónia, o primeiro a receber a chama olímpica foi Zinedine Zidane, campeão do Campeonato do Mundo de futebol com a França em 1998.

Depois, a tocha passou pelas mãos de Rafael Nadal, que se sagrou 14 vezes campeão de Roland Garros, o grand slam disputado em Paris, Serena Williams, dona de 23 títulos de grand slam e de quatro ouros olímpicos, Nadia Comaneci, primeira atleta a receber nota 10 na ginástica artística e cinco vezes campeã olímpica, e Carl Lewis, que tem dez medalhas olímpicas no atletismo.

O último a pegar na tocha foi Charles Coste, um nome do ciclismo, que é o mais velho campeão olímpico francês ainda vivo, com 100 anos, e venceu o ouro em Londres, em 1948. Este entregou a chama a Teddy Riner, três vezes campeão olímpico e 11 vezes campeão mundial, e Marie-José Perec, tricampeã olímpica no atletismo, que acenderam a pira olímpica.

Quem também carregou a tocha foi Snoop Dog, antes da cerimónia de abertura. O rapper está em Paris para ajudar a cobrir os Jogos Olímpicos para a estação norte-americana NBC. “Encaro isto como uma honra e algo que respeito verdadeiramente. Nunca teria sonhado com algo assim. (...) Vou ser capaz de respirar devagar, andar depressa e segurar a tocha com um sorriso na cara, porque me apercebo do prestígio deste evento”, disse numa entrevista no início desta semana, segundo a "PBS News".

5. O mistério da figura mascarada

Ao longo da cerimónia de abertura, uma figura misteriosa encapuzada e mascarada transportou a tocha por Paris, fazendo parkour no topo de edifícios e pontes ao longo do rio Sena. A figura conduziu o público pelas ruas da capital francesa.

A identidade do portador da tocha nunca foi revelada, mas inspirou uma série de memes nas redes sociais. “Este é o episódio mais longo de sempre de ‘A Máscara’” e “quem é esse homem mascarado a carregar essa maldita tocha?” são alguns exemplos.