A luta pela presidência dos Estados Unidos continua renhida à medida que os últimos votos dos estados do Arizona, Geórgia, Nevada, Carolina do Norte e Pensilvânia são contados.

Na reta final, e numa altura que Joe Biden rouba a liderança a Trump na Geórgia — o candidato democrata lidera com uma margem de 917 votos, de acordo com a CNN, às cerca de 9h30 em Portugal —, o antigo vice-presidente de Obama mantém-se com 253 votos no Colégio Eleitoral (apesar de as projeções da Fox News e da AP lhe darem a vitória no Arizona, e contabilizarem 264 votos) e é o candidato melhor posicionado para chegar aos 270 delegados, número que garante a vitória.

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Para isso, Joe Biden necessita de assegurar a vitória em dois estados dos cinco restantes, ou apenas vencer a Pensilvânia. Já Donald Trump, precisa de garantir a vitória em três estados, mais a Pensilvânia. Às 8h da manhã (hora portuguesa), os democratas lideram no Arizona, com 50,1% contra 48,5% dos republicanos (90% dos votos contados), bem como no Nevada, com 49,4%, contra os 48,5% (89% dos votos contados), de acordo com o "Observador".

Donald Trump lidera na Carolina do Norte (50% contra 48,6%), numa altura em que faltam contar apenas 5% dos votos neste estado, e o atual presidente também garante a liderança no decisivo estado da Pensilvânia (49,5% contra 49,2%), embora com uma margem mínima, que tem vindo a enfraquecer nas últimas horas.

A corrida eleitoral, que se prolonga desde terça-feira, 3 de novembro, tem sido marcada pelos discursos de Donald Trump, que depois de alegar vitória numa fase muito precoce do processo, afirma que a eleição lhe está a ser roubada. No último discurso aos norte-americanos, feito a partir da Casa Branca, o atual presidente dos Estados Unidos chegou a afirmar que há votos ilegais a funcionar a favor do Partido Democrata

"Se contarmos os votos legais, ganho facilmente. Se contarmos os votos ilegais, podem estar a roubar-nos a eleição. Eu já ganhei alguns estados decisivos”, disse Donald Trump. "Na noite de eleições, estávamos a ganhar na Carolina do Norte, por muitos votos, e ainda estamos à frente por muito, mas não tanto [...] Eles estão a encontrar votos por correspondência. É incrível como esses votos por correspondência são tão tendenciosos", acusou.

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O candidato republicano disse ainda que o seu objetivo é "defender a integridade das eleições", e que não vai "permitir que a corrupção roube” as mesmas. "Os democratas dizem que ganharam as eleições. Eu não acreditaria nisso", salientou.

Depois das alegações de que existiriam votos ilegais a ser contados, vários canais norte-americanos (ABC, CBS e MSNBC) fizeram algo inédito em televisão, ao interromper a emissão e corrigir as declarações de Donald Trump. "O presidente está a fazer falsas acusações, sem bases, anunciou que venceu em estados que não foram projetados ou declarados", alertou a pivot da ABC.

A MSNBC também mudou a emissão para o estúdio, onde o pivot declarou que Trump estava a fazer alegações falsas. "O presidente fala de fraude eleitoral, não existem quaisquer provas de que isso esteja a acontecer. Existiram alegações de fraude por parte da campanha republicana, mas estes foram incapazes de apresentar provas."

No Twitter, Donald Trump também tem continuado com a mesma linha de discurso. "Eu ganho facilmente a presidência dos Estados Unidos com votos legais. Não foi permitida aos observadores, de forma alguma, a realização de seu trabalho e, portanto, os votos aceites neste período devem ser considerados votos ilegais. O Tribunal Supremo dos EUA deve decidir”, escreveu na conhecida rede social.

Por outro lado, Joe Biden continua a pedir paciência ao povo norte-americano, e mantém-se confiante numa vitória democrata. "Não temos qualquer dúvida de que, quando a contagem acabar, a senadora Harris e eu seremos declarados vencedores. Portanto, peço a todos que mantenham a calma. O processo está a decorrer, a contagem está a ser concluída, e muito em breve saberemos. Obrigado a todos pela vossa paciência, mas temos de contar os votos", disse no discurso a partir do Delaware.