A Ucrânia entra no 21.º dia de guerra e com nova reunião entre as delegações dos dois países. A cidade de Mariupol continua sob ataque e, esta madrugada, um hospital foi atingido e várias pessoas ficaram reféns da tropas russas.
A situação para a Rússia também não é favorável, uma vez que a guerra está a levar o país à bancarrota, entrando esta quarta-feira, 16, numa situação de extrema fragilidade que pode prolongar-se até 2041 se nada for feito.
Sobre a economia em Portugal, o primeiro-ministro, António Costa, fala em "incerteza crescente". Contudo, há, pelo menos, uma certeza: o aumento dos combustíveis e do preço dos alimentos já está a afetar a vida dos portugueses. Para António Costa, "mais do que nunca, precisamos de uma Europa robusta e resiliente" e acrescentou que é urgente de mais investimento e adoção de regras por parte da União Europeia (UE).
Fora a UE, a NATO, que já reforçou que tem "a responsabilidade de garantir que esta crise não escala além da Ucrânia", razão pela qual tem sido aumentada a presença no flanco leste da aliança, avançou secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg. Os ministros da Defesa da NATO vão reunir esta quarta-feira em Bruxelas, pelas 10h locais (9h em Lisboa) e serão debatidas as “consequências imediatas” da invasão russa.
Fique a par dos últimos acontecimentos da guerra.
Nova ronda de negociações
Esta quarta-feira há uma nova ronda de negociações para um cessar-fogo na Ucrânia após a reunião de terça-feira ter sido suspensa. A cada nova sessão aproxima-se a possibilidade de um acordo dado que as exigências da Rússia estão a tornar-se "mais realistas", segundo o presidente da Ucrânia. No entanto, Volodymyr Zelensky refere que é preciso "paciência".
“Disseram-me que as posições nas negociações parecem mais realistas", disse num comunicado ao mundo partilhado na madrugada desta quarta-feira. “Ainda são necessários esforços, é preciso paciência”, disse. “Qualquer guerra termina com um acordo”, acrescentou.
As reuniões são agora realizadas por videoconferência.
Hospital cercado em Mariupol
As forças russas atacaram um hospital, que estarão a usar como abrigo, na cidade portuária de Mariupol durante a madrugada e 500 pessoas ficaram reféns, avança a Sky News. Tinha sido criado um corredor humanitário na cidade, agora em causa devido aos ataques russos que não permitiram a saída de ucranianos para pontos seguros junto das fronteiras com a Ucrânia.
Estão a ser feitos esforços para que esta quarta-feira seja de novo aberto um corredor humanitário, de acordo com informações avançadas pela primeira-ministra ucraniana, Olha Stefanishyna.
A cidade de Mariupol tem sofrido bombardeamentos desde 1 de março e os habitantes praticamente sem acesso a aquecimento, eletricidade e água. O acesso a comida e medicamentos é também dificultado pelos constantes ataques.
Até ao momento já conseguiram sair de Mariupol cerca de 20 mil pessoas.
Rússia pode entrar em bancarrota esta quarta-feira
As sanções mundiais à Rússia crescem de dia para dia e os efeitos não só se têm feito sentir como podem culminar na bancarrota do país invasor da Ucrânia. O rating da dívida russa é classificado como "lixo financeiro" e a agência de notação financeira Fitch desceu as notas da relativas ao risco de incumprimento da sua dívida externa da Rússia de "B" para ‘"CC", ou seja, de “altamente especulativo” (B) para “probabilidade de algum tipo de incumprimento” (CC).
O cenário é de agravamento progressivo, não só no que diz respeito ao aumento da dívida como do valor da moeda. “Mesmo os pagamentos em rublos para o estrangeiro estão proibidos com medo que os beneficiários no exterior revendam de imediato os rublos contra divisas estrangeiras e, deste modo, reforcem a desvalorização da moeda russa”, refere Eric Dor, diretor de Estudos Económicos na Escola de Gestão IESEG em Lille, em França, ao "Expresso".
Se a dívida pública da Rússia já estava nos quase 300 mil milhões de dólares no final de 2021, segundo dados do banco central, espera-se que até ao final de 20211 a Rússia tenha 1,9 mil milhões de dólares a pagar em amortizações e 3,7 mil milhões a pagar em juros, sendo que o maior peso recai sobre o mês de abril: mais de 1,1 mil milhões por pagar.
A Rússia tem agora trinta dias para resolver o problema ou, caso contrário, será declarado efetivamente um default nas duas linhas de obrigações em dólares a vencer em 2023 e 2041, avança o mesmo jornal.