Domingo, 6 de março, e o 11.º dia de guerra entre a Ucrânia e a Rússia que decorre desde 24 de fevereiro. As tropas russas continuam a atacar, embora tenha sido avançado pelo Instituto para o Estudo da Guerra dos Estados Unidos que os militares russos estão a fazer uma breve pausa, de cerca de 24 a 48 horas, que servirá para prepararem novas operações.

Este sábado, 5 de março, houve uma tentativa de evacuação dos ucranianos na cidade de Mariupol, que não teve sucesso porque o cessar-fogo para o corredor humanitário na cidade portuária foi violado pelos russos, que continuaram a bombardear a cidade. Este domingo, 6, haverá uma nova tentativa entre as 10h e as 21h (hora de Lisboa), conforme foi avançado pelo governador de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, segundo o "Observador".

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Depois de várias empresas terem suspendido as operações na Rússia, à lista juntam-se agora as grandes marcas Prada e Puma, assim como as empresas de cartões de pagamentos Visa e Mastercard.

1. Negociador de paz ucraniano foi morto (mas podia ser um espião)

O banqueiro Denys Kireev, um dos elementos da delegação ucraniana na primeira ronda de negociações, morreu este sábado, 5. A notícia foi avançada pela Direção-Geral de Informações do Ministério da Defesa Ucraniano através de uma publicação no Twitter na qual é avançado que Kireev morreu “durante o desempenho de tarefas especiais”, assim como outros três oficiais.

Há rumores de que Denys Kireev seria um espião ao serviço do Kremlin e que terá sido morto pelos serviços de segurança ucranianos durante uma tentativa de detenção por “suspeitas de traição”, segundo a agência noticiosa russa RIA.

2. Total de 30 casas destruídas em Zhytomyr

Serviço de Estado da Ucrânia para Emergências confirmou a destruição de 30 casas, cinco delas na sua totalidade, após a cidade de Zhytomyr ser atingida por um mísseis na madrugada deste domingo, 6. Para já, ao que se sabe, não há vítimas a registar.

O serviço ucraniano partilhou no Twitter o estado das habitações particulares e nas imagens pode ver-se que algumas dificilmente serão recuperadas.

3. OMS confirma ataques russos a infraestruturas médicas

Várias instalações de cuidados de saúde ucranianos foram atingidas pela Rússia, causando, pelo menos, seis mortos e 11 feridos. A confirmação foi feita este domingo, 6, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) num tweet do diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, no qual condena as ações dizendo que se tratam de "violações do direito internacional humanitário”.

4. Tropa russas estão em breve pausa operacional

O Instituto para o Estudo da Guerra dos Estados Unidos afirma que as tropas russas podem estar a fazer uma "breve pausa operacional" antes de retomarem os ataques. "As forças russas podem ter entrado numa possível breve pausa operacional no dia 5 de março e preparam-se para retomar as operações contra Kiev, Kharkiv, Mykolayiv e possivelmente Odessa nas próximas 24 a 48 horas", pode ler-se no site oficial.

Contudo, apesar da pausa temporária, a perspetiva é de que as tropas russas voltem a atacar com mais força e o instituto partilha um mapa das regiões que já estão a ser tomadas pela Rússia e onde as operações deverão continuar.

5. Números de perdas e reforço militar

O Ministério da Defesa da Ucrânia atualizou este domingo, 6, os números relativos ao combate das tropas russa e dá conta de terem sido mortos mais de 11 mil soldados desde o início do combate. Outros 650 ficaram feridos este sábado, 5, a maioria "em estado grave", segundo o relatório.

O resumo das operações publicado no Twitter revela ainda que foram abatidos 285 tanques, 44 aviões e 48 helicópteros, entre outros.

As tropas ucranianas ficarão reforçadas nos próximos dias com a chegada de cerca de 3 mil militares norte-americanos, confirma a embaixada da Ucrânia nos Estados Unidos, citada pela "Voice of America", que respondem ao apelo do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para que voluntários estrangeiros ajudassem a combater a guerra. Entre os soldados há "veteranos de operações de combate no Iraque e de outros pontos de confrontos do mundo", avança o meio de comunicação bielorrusso NEXTA no Twitter.

6. Ministro ucraniano pede mais sanções

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pediu mais sanções para a Rússia este sábado, 5 de março, numa reunião com a União Europeia, os Estados Unidos e o Canadá, especialmente sanções que tenham efeitos na economia do país invasor.

Kuleba pede que seja banido o banco russo Sberbank do SWIFT, sejam fechados os portos europeus a navios russos, impedido o acesso da Rússia a criptomoedas, seja criada uma zona de exclusão aérea no país e suspensa a compra de petróleo russo sobre o qual profere palavras fortes. “O petróleo russo cheira a sangue ucraniano”, disse o ministro, citado pelo "Observador".

Esta segunda-feira, 7 de março, há uma terceira ronda de negociações entre as delegações russa e ucraniana.