Há cinco meses que os incêndios na Austrália devastam quilómetros de vegetação, casas e até vidas. Pelo menos 24 pessoas morreram nos fogos e, no que diz respeito aos animais, de acordo com o "World Wildlife Fund", foram estimadas cerca de 1,25 mil milhões de mortes. Mas alguns ainda vivem (ou sobrevivem), sujeitos às condições extremas que os rodeiam.
A sede e a fome são neste momento a principal ameaça de muitas espécies. Para evitar mais mortes, mais de uma tonelada de alimentos, como batata-doce e cenoura, foram atirados de aviões para as zonas ardidas. A operação recebeu o nome "Rock Wallaby". As imagens foram partilhadas este sábado, 11 de janeiro, na rede social Twitter pelo ministro de Energia e Meio Ambiente de Nova Gales do Sul, Matt Kean.
"Hoje, a equipa deixou cair milhões de quilos de alimentos (principalmente batata-doce e cenoura) para as colónias de wallabies [mamíferos da mesma espécie do que os cangurus, mas mais pequenos] em todo o Estado de Nova Gales do Sul", informa a descrição do ministro.
Os wallabies já estavam em vias de extinção antes do início dos incêndios. Agora, a sua situação é dramática: além de terem assistido à destruição dos seus habitats, lutam agora conta a falta de alimento.
De acordo com o jornal "The Sun", o ministro adiantou que estes animais normalmente são resistentes ao calor ao fogo, mas o facto de este estar a destruir a vegetação natural é preocupante: "Já estavam sob stresse devido à seca em curso, tornando a sobrevivência desafiadora, sem que os animais tivessem assistência".
Além desta iniciativa, o mesmo jornal avança que em todo o país estão a ser tomadas medidas para salvar os animais dos vários hectares por onde proliferam os incêndios, ameaçando especialmente os coalas, que, de acordo com o "National Geographic", são uma espécie vulnerável à extinção. Os números de mortos durante os fogos — 350 a 1000 coalas — não contribuem para a situação.
Contudo, de acordo com a publicação "Lad Bible", Jess Abrahams, defensora da natureza da Australian Conservation Foundation (ACF), reconheceu que o lançamento dos alimentos através dos aviões é uma medida positiva, mas representa apenas uma resposta de emergência. Na sua opinião, deve ser dada uma maior importância ao planeamento de medidas a longo prazo para combater as alterações climáticas.