Em 2024, assinala-se o 10.º aniversário de um dos casos mais macabros dos últimos tempos. Estamos a falar do desaparecimento de Lisane Froon e Kris Kremers, duas holandesas com 22 e 21 anos, respetivamente, que desapareceram no dia 1 abril de 2024, no Panamá, enquanto exploravam a cidade de Boquete. Embora os seus corpos (ou partes deles) tenham aparecido alguns meses depois, este caso carece ainda de muitas respostas.

Mas vamos por partes. A dupla, que tinha acabado de se licenciar, decidiu fazer voluntariado no Panamá e, ao chegar a Boquete, deveria dar aulas de inglês às crianças panamianas, segundo o "The Sun". Como ainda tinham tempo antes de começarem a trabalhar, as amigas decidiram aventurar-se no El Pianista, um percurso terrestre conhecido por ser bastante perigoso.

Para esta caminhada, as jovens levaram uma mochila com uma máquina fotográfica, um cartão de seguro, dinheiro, telemóveis, alguma comida e duas garrafas de água. Fizeram-se acompanhar de um cão da região, conhecido por seguir turistas – mas, umas horas depois, o cão regressou ao ponto de origem sozinho e o par nunca mais foi visto, de acordo com o "CGN".

Assim que o desaparecimento foi reportado às autoridades pela matriarca da família de acolhimento com quem viviam na cidade, as buscas tiveram início, mas o paradeiro das jovens não chegou a ser descoberto numa primeira instância. As primeiras pistas chegaram dois meses depois, quando a máquina fotográfica utilizada por Lisane e Kris foi encontrada, contendo aquelas que se julgam ser as últimas fotografias que tiraram.

Veja as fotografias

As imagens mostravam que as amigas tinham conseguido chegar ao final do percurso, que culminava no chamado Mirador. Mas acabaram por não se ficar por ali e, em vez de regressarem à cidade, decidiram continuar o passeio até à região de Alto Romero, que não é indicada aos turistas por ser pouco sinalizada. Alguns dias depois, também foi encontrado um telemóvel, que provou que estas haviam tentado contactar o número de emergência holandês.

Uma das últimas fotografias de Kris e Lisanne mostra as raparigas a sorrir com os braços abertos e o polegar para cima (a fazerem o sinal de "fixe") quando chegam ao topo do trilho El Pianista. Depois, a câmara fotográfica continha várias imagens captadas à noite, que deixam no ar se estariam a tentar ver o percurso com recurso ao flash do aparelho ou estariam mesmo a fotografar.

Embora os registos fotográficos não contivessem nenhuma pista clara sobre o que realmente aconteceu, as peças de roupa e os corpos das jovens apareceram nas margens do rio Changuinola – ou melhor, partes deles. Primeiro, foram encontrados fragmentos de ossos ainda com carne e um sapato, depois um pedaço de osso pélvico, uma costela e uns calções, continua o "The Sun".

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O osso pélvico estava bastante branco e pertencia a Kris. Depois de algumas análises, os peritos encontraram vestígios de cal, que costuma ser usado para fins ilícitos. Isto é, a cal é uma substância que ajuda os corpos a entrarem em decomposição mais rapidamente, pelo que se desconfia de que este caso tenha mão criminosa.

No entanto, mesmo que já tenham passado quase 10 anos desde o desaparecimento de Lisane Froon e Kris Kremers, o caso continua a carecer de respostas e ainda não se sabe o que lhes aconteceu. Aquilo que não falta são teorias, que tanto defendem que podem ter sido vítimas de tráfico sexual, como dizem que pode ter sido um acidente ou até mesmo de canibalismo. 

Mesmo que já tenha passado quase uma década, parece que as autoridades continuam interessadas em encontrar respostas. A última atualização do caso aconteceu em 2023, segundo o "The Sun", que diz que uma barragem, na qual o rio Changuinola desemboca, foi alvo de buscas.