Duas décadas de casamento depois, Sheere Spencer, de 45 anos, acabou por pagar pela violência física e psicológica que terá infligido ao marido, Richard Spencer. Agredia-o recorrentemente, tendo até chegado a mordê-lo e a bater-lhe com uma garrafa de vinho, que lhe deixou uma orelha desfigurada – mas isso acabou, sendo que foi condenada a quatro anos de prisão, segundo o "Hull Live"

De facto, tratava-se de uma relação em que ataques "nojentos e persistentes" eram uma constante. Isto tudo porque Sheere Spencer tinha problemas com álcool, sendo que havia dias em que bebia três garrafas de vinho. E estes comportamentos da mulher deixavam o marido com medo, sentindo-se preso a uma relação abusiva.

O casal mantinha uma relação desde 2000 e vivia em Bubwith, uma vila de East Riding of Yorkshire, no Reino Unido, com os três filhos. A mulher acabou por admitir que era controladora com o marido, assim como todos os crimes de agressão – até porque a polícia tinha todo um manancial de provas, que consistiam em dezenas de fotografias e vídeos dos ferimentos.

Em Portugal, a violência doméstica já matou quase tantas mulheres em meio ano como em 2021
Em Portugal, a violência doméstica já matou quase tantas mulheres em meio ano como em 2021
Ver artigo

De cuspidelas a agressões mais graves, que foram de murros a apertos na garganta, houve até uma vez em que Sheere Spencer furou os pneus do carro com uma faca de cozinha, que usou também para atingir Richard, causando-lhe um corte abaixo do joelho. Além disso, numa das gravações captadas, podia ouvir-se o desdém no tom com que falava com este. "Tu não és um homem. Quero-te fora da minha vida", disse a mulher, citada pelo "Mirror".

Richard Spencer só conseguiu ver-se livre da agressora depois de fazer queixa na polícia, que interveio logo. Mas isto só aconteceu quando o homem ganhou coragem, algo que nem sempre teve, porque vivia com medo de que a mulher deturpasse a versão dos factos perante as autoridades. "Ela ameaçou-me e disse que ia dizer coisas falsas sobre mim à polícia", admitiu.

Mesmo depois de a agressora ter sido presa, os problemas continuaram, aquando das audiências no tribunal de família. E agora que já está livre da agressora, teme não conseguir recuperar dos traumas que esta lhe causou. "Tive de procurar ajuda do meu médico em várias ocasiões", frisou, concluindo que o seu bem-estar físico e emocional foram os que mais saíram lesados desta situação.

A linha de apoio à vítima é o 116 006. O serviço é totalmente gratuito e está disponível todos os dias úteis entre as 9 e as 21 horas. Estão também espalhados, um pouco por todo o País, vários gabinetes da associação para que os possa contactar diretamente dependendo da sua localidade.

A lista completa de gabinetes pode ser consulta no site oficial da APAV.