Em 2021, o prémio Nobel da Paz vai para quem luta pela liberdade de expressão. Os ativistas e jornalistas Maria Ressa das Filipinas, e Dmitry Muratov, da Rússia, foram distinguidos esta sexta-feira, 8 de outubro, pelo seu trabalho constante em prol da liberdade de expressão e legitimidade (e verdade) no jornalismo.
Os jornalistas e ativistas são os sucessores do Programa Alimentar Mundial, que recebeu o mesmo prémio em 2020. Um ano depois, o jornalismo é premiado, através de Maria Ressa e Dmitry Muratov, numa edição que contou com 329 nomeados.
"Liberdade de expressão e liberdade de imprensa são um pré-requisito para uma sociedade democrática", disse Berit Reiss-Andersen, durante o anúncio dos vencedores, em Oslo, em direto na página oficial do Instituto norueguês.
O Instituto Nobel destaca a transparência, verdade e legitimidade do trabalho dos vencedores. Ao longo do discurso, Berit Reiss-Andersen acrescenta, ainda, que ambos utilizam o seu trabalho enquanto jornalistas como "uma ferramenta para o seu ativismo".
Numa altura em que "há mais informação do que o mundo alguma vez viu", o Instituto Nobel premeia quem luta contra a disseminação de informação "falsa e manipulada".
Maria Ressa é diretora e fundadora do site Rappler. Acusada de "ciber-difamação", a jornalista das Filipinas chegou a ser detida, enquanto estava na redação onde trabalhava. No entanto, foi libertada algumas horas depois, na sequência de reações e críticas de defensores dos direitos humanos.
Dmitri Muratov é um jornalista russo e chefe de redacção do jornal "Novaia Gazeta", que, durante o anúncio do prémio, o Instituto Nobel destacou como "o jornal mais livre da Rússia".
Esta não é a primeira vez que Muratov é premiado pelo seu trabalho no que à defesa da liberdade diz respeito. Em 2007, o jornalista foi distinguido com o Prémio Internacional da Liberdade de Imprensa.