A Síria volta a estar nas bocas do Mundo. Afinal, o que faz com que este país esteja novamente sob os holofotes? Em resumo, o Governo tirano caiu depois de ataques das forças da oposição.

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O povo sírio tem celebrado nas últimas horas o fim desta ditadura que dura há décadas. Milhares têm sido libertados das prisões e a coligação de rebeldes assegura que vai transferir o poder para um governo transitório.

1. O que se está a passar?

Há uma semana e meia, as forças da oposição lançaram uma ofensiva a partir de Idlib, no Noroeste do país. Com sucesso, foram assumindo o controlo das cidades sírias mais importantes, assim como nota o "Público". O objetivo? Derrubar o regime do ditador Bashar al-Assad.

2. Quem é Bashar al-Assad?

Bashar al-Assad governa a Síria desde 10 de julho de 2000, data em que foi eleito presidente sem oposição, tendo herdado o poder do pai. Foi reeleito a 29 de maio de 2007, mais uma vez sem oposição, e, em 2014, voltou a ser escolhido, com 88,7% dos votos.

Em 2021, a história repetiu-se, agora com 95,1% dos votos. A dinastia al-Assad está no poder há 53 anos. Bashar al-Assad prendeu opositores, matou centenas de milhares de sírios e provocou a fuga de outros milhões.

3. A guerra civil

Em 2011, começou uma guerra civil na Síria. Desde então, já morreram mais de 300 mil pessoas e foram expulsos quase seis milhões de refugiados.

Os manifestantes pró-democracia saíram às ruas para apelarem à deposição do presidente — e foram recebidos com força letal. As forças de Assad esmagavam o movimento pró-democracia quando uma oposição armada começou a formar-se.

Os aliados da Síria — o Irão e a Rússia — iam aumentando o seu apoio ao governo sírio, ajudando a combater os grupos rebeldes armados. Os extremistas islâmicos, incluindo a Al-Qaeda, interessaram-se pela Síria e, em 2014, os extremistas dominaram e o Estado Islâmico começou a espalhar-se pelo país, assim como refere a "CNN Portugal".

Uma coligação internacional liderada pelos EUA interveio para eliminar o grupo, com receio de que a Síria se tornasse um foco permanente de terror. A luta contra o Estado Islâmico pôs um termo à existência territorial do grupo.

Em 2020, a Rússia e a Turquia acordaram um cessar-fogo na última província controlada pela oposição, Idlib. Mas o conflito reacendeu-se depois de os rebeldes terem formado uma nova coligação, o "Comando de Operações Militares"

4. Quem são os rebeldes?

Estes combatentes são liderados pelo grupo insurgente mais poderoso da Síria, Hayat Tahrir al-Sham, ou HTS (originário da Al Qaeda), bem como um grupo de milícias sírias apoiadas pela Turquia, o Exército Nacional Sírio, assim como esclarece a "Euronews".

A nova ofensiva foi lançada a 27 de novembro, quando capturaram a maior cidade da Síria, Alepo, e a cidade central de Hama, a quarta maior. Os grupos armados da oposição também se mobilizaram noutros locais do país, conquistando-o em velocidade relâmpago.

5. Os desenvolvimentos mais recentes

As forças rebeldes na Síria reivindicaram a tomada de Damasco e garantiram que o presidente Bashar al-Assad abandonou o país. "O tirano Bashar al-Assad fugiu (...) proclamamos a cidade de Damasco livre", anunciou a coligação na televisão estatal síria.

"Depois de 50 anos de opressão sob o poder do [partido] Baas, e 13 anos de crimes, de tirania e de deslocações [forçadas] (...) anunciamos hoje o fim deste período negro e o início de uma nova era para a Síria", continuaram, pedindo aos sírios deslocados no estrangeiro que regressem à "Síria livre".