Foi esta quarta-feira, 21 de outubro, que Barack Obama, o antigo presidente dos EUA, discursou em Filadélfia apelando ao voto para eleger Joe Biden, depois de reforçar que Donald Trump nunca atribuiu a seriedade devida ao cargo que assumiu em 2016. "Nunca acreditei que Donald Trump assumisse a minha visão ou continuasse as minhas políticas enquanto presidente, mas acreditei que, pelo bem deste país, ele pudesse levasse o cargo a sério. Mas isso não aconteceu. Ele não mostrou qualquer interesse no trabalho que tinha pela frente, foi incapaz de levar o cargo a série e só se preocupou em ajudar-se a si ou os seus amigos", começou por dizer.
Mas o antigo presidente foi mais longe ao recordar ao país que aquilo que se está a passar nos EUA "não é um reality show, mas sim a realidade" e que são os americanos quem têm de "viver com as consequências" das decisões do presidente que, entre outras coisas, sempre desvalorizou os efeitos da pandemia e não mostra tendência de mudar de discurso — mesmo com mais de oito milhões de casos de infeção e 222 mil mortes.
"Fazer tweets enquanto se vê televisão não resolve os problemas do país", continuou Barack Obama que apelou ao voto dos americanas em Joe Biden, o candidato pelo partido Democrata que continua à frente nas intenções de voto dos cidadãos segundo as várias sondagens que têm sido divulgadas.
As eleições presidenciais estão marcadas para 3 de novembro e o último debate entre Trump e Biden acontece já na madrugada desta sexta-feira, 23 de outubro. Para garantir que o comportamento do primeiro debate não se repete, cada interveniente terá dois minutos de intervenção sobre um determinado tema e, durante o qual, o oponente terá o seu microfone desligado para impedir interrupções. Depois desses dois minutos, seguir-se-á um momento de livre discussão durante a qual os microfones serão ligados.
A nova medida para o último debate antes das eleições presidenciais americanas foi anunciada esta segunda-feira, 19 de outubro, pela Comissão de Debates Presidenciais dos EUA. O encontro está marcado para esta quinta-feira (madrugada de sexta-feira, 23 de outubro, em Portugal), e será moderado por Kristen Welker, jornalista da NBC.
Apesar da Comissão de Debates Presidenciais considerar a medida necessária para reforçar aquela que foi a acordada previamente — a de os candidatos não se interromperem durante a argumentação —, a equipa responsável pela campanha de Donald Trump não gostou da ideia.
Bill Stepien, gestor da campanha do atual presidente do EUA, tornou pública uma carta que escreveu à Comissão na qual diz ser "totalmente inaceitável que alguém tenha esse poder" e que "a decisão de avançar com esta medida equivale a dar ainda mais controlo editorial à comissão do debate".
Donald Trump também reagiu, mas através dos jornalistas na fase final do seu comício no estado do Arizona. Apesar de estar descontente com a medida, revelou que não iria recusar comparecer no último debate. "Vou participar no debate, mas acho muito injusto que tenham mudado os tópicos e que tenhamos, uma vez mais, um moderador que é totalmente tendencioso", referindo à jornalista da NBC.