A pivô Rita Rodrigues não conseguiu conter as lágrimas sobre mais um tema sensível da guerra na Ucrânia. A reportagem mostrava como mães ucranianas escreverem nome, data de nascimento e contacto telefónico de familiares nas costas dos filhos no caso de ficarem órfãos. Após a transmissão da reportagem,  a jornalista, que tem duas filhas, não conteve a emoção. Rita Rodrigues recebeu, depois, um gesto de conforto do colega Pedro Bello Moraes.

A imagem de uma criança com as costas escritas, partilhada em direto no "Agora CNN", foi publicada pela jornalista ucraniana Anastasiia Lapatina no Twitter e diz respeito à história de Sasha Makoviy, uma mãe ucraniana que escreveu as informações essenciais nas costas da filha, Vira, com 2 anos, logo no primeiro dia de guerra, a 24 de fevereiro, depois de ouvir os primeiros bombardeamentos.

Apesar de o ter feito há algumas semanas, só agora Sasha Makoviy teve coragem para partilhar o momento de desespero com o mundo — levantando uma onda de apoio que suscitou uma nova publicação na qual a mãe ucraniana mostra que estão bem e escreve em inglês: "O vosso apoio é o que nos move", pode ler-se.

Sobre o episódio no final do "Agora CNN", a jornalista Rita Rodrigues já reagiu através de uma publicação no Instagram que ponderou se devia ou não fazer. "Concluí que após tantas mensagens que recebi, devia agradecer a solidariedade de quem dedicou alguns minutos do seu tempo a mostrar que compreendeu o que eu senti. Recebi mensagens muito queridas, contrariando a ideia de que as redes sociais são um viveiro de violência", começou por dizer.

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"Esta semana começámos a ver o horror que vivem, aqueles não conseguiram fugir. As imagens que o presidente da Ucrânia mostrou nas Nações Unidas são violentamente perturbadoras. Mas também o é o medo com que vive um povo em fuga, que desesperadamente escreve nas costas das crianças algumas informações para o caso de os adultos não sobreviverem. Não está escrito em lado nenhum que um jornalista não pode emocionar-se. Porque também não se ensina ninguém a não se comover com o sofrimentos dos outros", escreveu.

Volodymyr Zelensky vai discursar no Parlamento português, mas com voto contra do PCP

Na sessão parlamentar desta quarta-feira, 6 de abril, os deputados discutiram um possível convite ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para discursar no hemiciclo. Era quase certo que o convite ia ser aprovado, como foi, contudo, a proposta feita pelo PAN teve um voto contra: do PCP.

"A Assembleia da República deve ter um papel não de contribuição para o aumento da confrontação, mas sim o oposto", justificou a líder da bancada parlamentar do PCP, Paula Santos. "A proposta apresentada não vai ao encontro deste objetivo", razão pela qual o partido votou contra, explicou ainda.

A ideia foi então aprovada por maioria e não por unanimidade e já seguiu para o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que deverá agora proceder ao convite a Volodymyr Zelensky. O presidente ucraniano deverá estar presente na sessão parlamentar de Portugal por videoconferência na semana de 18 a 22 de abril, avança o "Observador".

Ponto de situação no 43.º dia de guerra

O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, e o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, estão reunidos em Bruxelas esta quinta-feira, 7, para debater a guerra e tentar encontrar formas de ajudar a Ucrânia a nível militar. Dmytro Kuleba já disse aquilo de que o país precisa e o pedido parece que estará prestes a ser correspondido.

"Vim a Bruxelas para participar na reunião da NATO. A minha agenda é muito simples, tem apenas três itens: armas, armas e armas", afirmou aos jornalistas. Segundo o Reino Unido, em cima da mesa está a possibilidade de enviar veículos blindados, refere o "Observador". Na mesma reunião serão discutidas as sanções a aplicar à Rússia.

Ainda sobre as sanções, sabe-se que a União Europeia (UE) poderá adiar o bloqueio à importação de carvão da Rússia um mês, segundo fontes europeias citadas pela agência Reuters na CNN Portugal.