Andrea Prudente, grávida de 16 semanas, estava de férias com o marido, Jay Weeldreyer, na ilha Gozo, em Malta, quando as águas rebentaram e foi assistida no hospital Mater Dei, dois dias depois de ter tido uma grande hemorragia vaginal. A mulher norte-americana descobriu que a placenta se tinha soltado parcialmente do útero e que o feto de apenas 16 semanas não tem como sobreviver. Contudo, apesar de estar em risco de vida, está impedida de abortar, uma vez que em Malta a interrupção da gravidez é ilegal.

A equipa do hospital disse que Andrea Prudente terá de esperar até que o batimento cardíaco do feto pare ou ela corra risco iminente de vida para que o feto possa ser removido do ventre, segundo à Euronews".

“Queríamos vir aqui e ter um fim de semana romântico, de união e amor para celebrar o crescimento da nossa família”, disse Jay Weeldreyer ao canal. “Em vez disso, estamos a enfrentar o facto de poder perder a Andrea", lamenta o marido, acrescentando que a mulher está "exausta, frustrada e revoltada".

Bolsonaro condena aborto de menina de 11 anos vítima de violação. "É inadmissível"
Bolsonaro condena aborto de menina de 11 anos vítima de violação. "É inadmissível"
Ver artigo

Não existem quaisquer hipóteses de o feto sobreviver, uma vez que os exames a que Andrea Prudente foi submetida revelaram que não há líquido amniótico no útero. Apesar de o feto ter batimento cardíaco, está em morte cerebral.

Andrea Prudente corre risco de vida devido à possibilidade de ficar com uma infeção ou ter uma hemorragia caso a placenta se separe totalmente do útero, de acordo com a ginecologista Isabel Stabile, que está a acompanhar o casal. O cenário é ainda pior dado que Andrea sofreu uma rutura da membrana e testou positivo à COVID-19, estando agora em isolamento. 

"Só quero sair daqui viva”, disse Prudente ao "The Guardian".

O Ministério da Saúde de Malta e o primeiro-ministro já foram contactados pela ginecologista Isabel Stabile e a advogada de Andrea, Lara Dimitrijevic, que pediram uma intervenção sobre o caso em que a lei do aborto do país está a colocar em causa a vida da mulher estrangeira.

A legalização do aborto é, aliás, um assunto que tem sido alvo de debate no país. Na semana passada, a Fundação dos Direitos da Mulheres apresentou um protesto judicial em nome de 188 mulheres com o objetivo de mostrar que a lei contra o aborto é uma violação aos seus direitos à saúde, privacidade e igualdade.

As coisas MAGGníficas da vida!

Siga a MAGG nas redes sociais.

Não é o MAGG, é a MAGG.

Siga a MAGG nas redes sociais.