Artur Carvalho, obstetra que seguiu a gravidez de Rodrigo, a criança que nasceu sem rosto que nasceu em outubro de 2022, e que realizou três ecografias à mãe sem identificar as graves malformações do bebé, foi expulso da profissão e está formalmente proibido de exercer a partir desta quarta-feira, 1 de março.
O Conselho Superior da Ordem dos Médicos (CSOM) partilhou esta decisão, indicando que o médico é “punido com a sanção disciplinar de expulsão”, por “violação dos deveres deontológicos”, ficando assim “proibido definitivamente de praticar qualquer ato profissional médico a partir do dia 1 de março de 2023”. A decisão do CSOM foi tomada em 29 de novembro de 2022 e já tinha sido determinada pelo Conselho Disciplinar Regional do Sul a 23 de novembro de 2021, revela o "Público".
Artur Carvalho realizou, pelo menos, três ecografias na clínica privada Ecosado a Marlene Simão, mãe de Rodrigo, bebé que nasceu a 7 de outubro de 2019 no Hospital de Setúbal, com graves malformações na cabeça e no rosto. Rodrigo nasceu sem nariz, olhos e uma parte do crânio, apesar de Artur Carvalho sempre ter dito que estava tudo normal com o bebé.
Apesar do prognóstico inicial dos médicos ser de apenas algumas horas de vida, devido às malformações, Rodrigo tem agora 3 anos, de acordo com a "TSF" e está quase a conseguir andar, avança a CNN Portugal.
A Ordem dos Médicos revelou que Artur Carvalho já tinha sido alvo de outras queixas, algumas das quais foram investigadas pelo Ministério Público em 2011, mas não se conhece qualquer condenação. No caso de Rodrigo, que levou à expulsão do médico, o Ministério Público arquivou o inquérito, tendo considerado que a malformação do feto “não resultou de erro, omissão ou negligência do médico”. Contudo, foi considerado que o obstetra “violou regras e normas a que estava vinculado”.
Depois de ter sido aberto um processo na Ordem dos Médicos, Artur Carvalho foi suspenso durante seis meses das suas funções, tendo terminado essa suspensão em abril de 2020. O obstetra, por decisão própria, não voltou a exercer a profissão e aposentou-se, entretanto. A partir desta quarta-feira, 1 de março, fica proibido de praticar qualquer ato médico.