Os três agentes do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) acusados do homicídio de Ihor Homenyuk continuam em prisão domiciliária e, até abril, a Polícia Judiciária (PJ) deixou que continuassem a utilizar os seus telemóveis pessoais para, mais tarde, poder ter acesso às mensagens que estes trocavam entre si. Os agentes Duarte Laja e Bruno Sousa tiveram acesso aos seus telemóveis até 8 de abril, e Luís Silva, outro dos inspetores acusado de homicídio, só entregou o equipamento a 23 de abril, escreve o jornal "Público" , citando fonte ligada à investigação.
Depois de os equipamentos terem sido apreendidos, concluiu-se que tinham sido apagadas várias mensagens que, apesar disso, eram passíveis de ser recuperadas para extrair alguma informação relevante à investigação. Outras, no entanto, terão sido eliminadas permanentemente.
Segundo o processo de investigação, os agentes acusados de homicídio faziam parte de um "pequeno grupo secreto" no Telegram — uma plataforma de conversação encriptada — composta por um grupo de colegas do SEF que se andou a "mexer" para ajudar os arguidos, escreve a mesma publicação.
Numa troca de mensagens, um dos arguidos tenta perceber exatamente quantas câmaras de vigilância estavam a funcionar dentro do centro de instalação temporária no dia da morte de Ihor Homenyuk. Na mesma sequência de mensagens, o mesmo arguido diz saber que, na sala onde Homenyuk morreu, não havia câmaras.
Todas as mensagens que tenham sido possíveis recuperar serão de extrema importância para a investigação e para o apurar da autoria do homicídio, escreve o mesmo jornal. Será através delas que se conseguirá saber, com clareza, o papel que cada agente teve na morte de Homenyuk e se, além disso, houve tentativas de dificultar a investigação — encobrindo os factos — ou de destruição de provas.