Há mais 118 mortes e 10.176 novos casos de infeção em Portugal pelo novo coronavírus. São estes os dados divulgados esta sexta-feira, 8 de janeiro, pela Direção-Geral da Saúde (DGS), no novo boletim epidemiológico. É o novo pior dia de sempre em Portugal em termos de números de mortes e de casos de infeção desde o início da pandemia.

Os dados são divulgados um dia depois de António Costa ter aberto a porta a um novo confinamento total, semelhante àquele que esteve em vigor em março. "A confirmar-se a evolução [do número de casos de infeção], muito provavelmente na próxima semana teremos de adotar medidas de restrição mais elevadas, tal como tem vindo a acontecer na generalidade dos países da Europa", referiu o primeiro-ministro.

A decisão surge depois de, em Portugal, o governo de António Costa ter permitido um alívio nas medidas de combate à pandemia durante o período do Natal, enquanto os restantes países europeus as tornaram mais rígidas.

Escolas abertas e comércio fechado. Este pode ser o cenário de um regresso ao confinamento
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Caso a evolução da situação epidemiológica no País mantenha uma tendência de evolução negativa, António Costa diz que a resposta passará por medidas semelhantes àquelas que se "adotaram em março", altura do primeiro confinamento total. A única diferença, desta vez, é que as escolas continuarão abertas. Foi a essa a ressalva feita pelo primeiro-ministro nas declarações desta quinta-feira ao País, e reforçada por Marcelo Rebelo de Sousa no debate com Vitorino Silva.

Uma das características do primeiro confinamento em Portugal foi a paralisação total de todo o comércio, com a ressalva de que a restauração poderia funcionar em regime de take away — mas de portas fechadas. Para este novo confinamento, que António Costa dá como provável para a próxima semana, ainda não há certezas junto do governo sobre quais serão as medidas a serem aplicadas a estes setores, explicou uma fonte do executivo ao mesmo jornal.

No entanto, há uma possibilidade "bastante forte" de que o comércio e a restauração se voltem a ver obrigados a acatar as restrições de março ainda que o governo esteja consciente do "rombo" que tais medidas terão na economia portuguesa.