Há mais 15 mortes e 1.876 novos casos de infeção em Portugal pelo novo coronavírus. São estes os dados divulgados esta terça-feira, 20 de outubro, pela Direção-Geral da Saúde, no novo boletim epidemiológico. No total, o País regista agora 2.213 mortes e 103.736 casos de contágio.
Os novos dados são atualizados um dia depois de António Costa, em entrevista ao "Jornal das 8", ter referido que não há indicações de quanto tempo poderá durar esta segunda vaga de infeções nem quando se poderá atingir o pico máximo de casos de contágio.
"As previsões do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge confirmam o juízo que fizemos na semana passada sobre a gravidade da situação. E, tal como tem acontecido em todos os países da Europa, estamos numa fase ascendente que vai continuar a subir nas próximas semanas. Nenhum dos epidemiologistas pôde prever quando vamos atingir o pico. Não há nenhuma previsão concreta sobre quando isso poderá acontecer. Estamos como estávamos em março, quando não se sabia quando seria atingido o pico", referiu.
Sobre um regresso a um nível de alerta mais elevado, o primeiro-ministro não tem dúvidas de que seria "impensável recorrer a um confinamento geral" e voltou a apelar ao sentido de responsabilidade individual para que não tenham de ser acionadas novas medidas mais restritivas. No entanto, e embora admita que, de momento, o regresso a um estado de emergência não esteja em cima da mesa, diz não ser capaz de descartar por completo essa realidade.
"Não posso excluir nenhuma medida, mas devo procurar dizer aos portugueses o seguinte: o custo dessas medidas é imenso. O custo social. Quando encerrámos as escolas, foi fundamental, mas ninguém tem dúvidas do custo que isso teve para o processo de aprendizagem das crianças. Quando proibimos durante meses a visita aos lares, sabemos bem o custo emocional que isso teve para o conjunto dos idosos", explicou.
E continuou: "Aquilo que desejo é o que todos desejamos. A generalidade das famílias, que vivem em Lisboa ou no Porto, têm família espalhada por todo o País. Uma medida dessa natureza [da restrição da movimentação dentro do País, como aconteceu na Páscoa] seria brutal. As pessoas têm de se organizar de forma distinta para celebrar o Natal. Privar as pessoas de se deslocaram seria uma coisa terrível."