Apesar de a campanha de angariação de fundos sustentar-se num falso argumento — dizia que as bolsas de doutoramento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) tinham sido adiadas por tempo indefinido, o que foi posteriormente negado — e, apesar de, depois de várias denúncias, ter sido suspensa da plataforma GoGetFunding, António Rolo Duarte conseguiu chegar ao seu objetivo: angariou 25.061 euros (ou "cafés", como lhe chamou).

"Estou agradecido a quem acreditou em mim e a quem se sentiu interessado ou inspirado a participar nesta aventura que eu quero contar", disse, em declarações ao Jornal de Notícias.

António Rolo Duarte disse que as bolsas estavam atrasadas e pediu 25 mil euros em donativos. FCT nega a alegação
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António Rolo Duarte criou a angariação de fundos para conseguir reunir o dinheiro necessário para pagar as propinas para o doutoramento em História de Portugal, em Cambridge, no Reino Unido, cujo prazo terminava a 31 de agosto, alegando que o MCTES teria adiado por tempo indefinido a entrega das bolsas. Além de não ser este Ministério responsável pela gestão das bolsas de doutoramento, e sim Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), a realidade é que a primeira fase dos resultados seria divulgada no período previsto, neste caso a 3 de setembro.

Sobre isto, o jovem de 25 anos admite ao mesmo jornal que poderia ter sido mais claro na mensagem que passou. Ainda assim, reforça que não mentiu a ninguém:  "A minha campanha sempre foi verdadeira e transparente. Se poderia ter sido mais claro em alguns aspectos, talvez. Se andei a enganar alguém, absolutamente que não."

Promete que, caso lhe seja atribuída uma das 1350 bolsas da FCT, vai devolver o dinheiro. "Se eu vier a receber a bolsa obviamente que colocarei o dinheiro todo para devolução. A acontecer, é um processo que terá as suas dinâmicas, mas acho que será possível devolver."