A Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRES) enviou ao Governo uma proposta com um conjunto de medidas para que estes estabelecimentos, encerrados desde março e sem data para voltar a funcionar, "possam reabrir rapidamente e em segurança, cumprindo necessárias regras de saúde para salvaguardar colaboradores e clientes".
Neste Guia de Boas Práticas para a retoma desta atividade, a AHRESP propõe que nas pistas de dança sejam sinalizados quadrados de 2,25 metros, de maneira a que as pessoas possam dançar, mantendo o distanciamento. Além disso, na cabine do DJ só deverá estar um artista de cada vez — havendo, no entanto, a possibilidade de estarem mais, mediante desinfecção entre as diferentes utilizações.
"Entre DJ, seguranças e demais pessoas", diz o documento da AHRESP, citado pelo "Expresso", sempre que não for possível manter a distancia de dois metros, deverá utilizar-se máscara de protecção, material de protecção que deverá ser adotado por todos os colaboradores, "quando o seu uso é praticável."
Propostas para o controlo de entrada, limpeza e desinfecção do espaço, bengaleiros, estacionamento e a confecção de bebidas e de comida também fazem parte das recomendações inseridas no guia da AHRESP, que sugere a limpeza "das superfícies mais tocadas pelas pessoas pelo menos seis vezes ao dia", fazendo referência aos balcões, corrimões, puxadores, ou torneiras, avança o mesmo jornal.
Além disso, a associação sugere que as pessoas façam marcação prévia para frequentar discotecas e bares "sempre que possível", devendo as mesas e cadeiras estar a dois metros de distância, sendo que pessoas que vão juntas podem sentar-se lado a lado ou frente a frente numa distância inferior.
No que se refere especificamente às discotecas, os estabelecimentos deverão utilizar "preferencialmente espaços exteriores", ainda que também aqui a associação se proponha a seguir as mesmas regras de distância de segurança.
Quanto às casas de banho, a AHRESP sugere que a circulação deva acontecer "em circuitos com distância adequada", estando os lavatórios acessíveis sem que seja necessário tocar nas portas.
As entradas e saídas dos estabelecimentos devem ser controladas por "vigilantes", que "devem usar máscara e mecanismos de distanciamento como fitas de segurança e instalação de barreiras físicas."
Os bares e discotecas estão encerrados desde março e encontram-se "em crise grave", estando a fazer pressão sobre o Governo para conseguirem obter resposta quanto ao futuro e a um breve regresso à atividade.
De acordo com a AHRESP, que criou o guia seguindo as orientações estabelecidas pela Direcção-Geral da Saúde, o continuo encerramento deste setor está a tornar-se "insustentável para as empresas", sendo "um dos poucos que ainda se mantém encerrado por diploma legal, tendo sido aquele que primeiro encerrou, as que tem todas as condições para reabrir em segurança."
A associação frisa ainda o facto de várias festas ilegais e sem condições de segurança garantidas estarem a acontecer como consequência de as discotecas continuarem fechadas.