Quantas vezes é que, durante uma reserva de um hotel online, lhe apareceu a mensagem: "Este quarto foi reservado X vezes nas últimas 24 horas"? Ou quantas vezes lhe surgiu a indicação de que há apenas um quarto disponível? Ou, então, que "X pessoas também estão a ver este hotel"? Agora, estas e outras práticas foram proibidas pela Autoridade da Concorrência e Mercados, sediada no Reino Unido.

Segundo o site do jornal britânico "The Guardian", a agência de fiscalização concluiu que sites como Booking.com, Trivago, Hotels.com, Expedia, Ebookerse Agoda estão a dar um maior destaque a hotéis que pagaram uma comissão mais elevada e os utilizadores estão a ser enganados em relação aos preços. A reguladora concluiu ainda que estes sites têm "uma rotina de venda de pressão".

“A Autoridade da Concorrência e Mercados tomou medidas para acabar com as táticas de vendas enganosas, cobranças ocultas e outras práticas no mercado de reservas online de hotéis. São totalmente inaceitáveis. Seis websites já se comprometeram a não adotarem mais essas práticas. São alguns dos maiores sites de reserva de hotéis. A Autoridade de Concorrência e Mercados fará agora o que puder para garantir que o resto do setor atenda aos mesmos padrões ”, afirmou Andrew Tyrie, presidente da agência de regulação, ao site do jornal "The Guardian".

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De acordo com o site do jornal britânico, as táticas de pressão utilizadas por estes sites impedem "que os clientes encontrem as melhores ofertas, em práticas que podem equivaler a violações da lei do consumidor". Indicações como "resta apenas um quarto a este preço" ou "reservado quatro vezes nas últimas 24 horas” estão a ser restringidas pela reguladora, que entende que este tipo de práticas "dão uma falsa impressão de popularidade de um hotel".

Outros tipos de táticas de pressão que podem indicar uma falsa impressão de disponibilidade de um hotel também serão abolidas. "Por exemplo, os sites podem exibir uma mensagem a dizer que outros clientes estão a ver o mesmo hotel, mesmo que estejam a ver para uma data diferente".

Os sites de reserva de hotéis vão ter agora de deixar explícito o modo como os hotéis são classificados. "Por exemplo, quando a classificação é influenciada pela quantidade de comissão que o site recebe - e incluir o valor total devido no custo do título, ao invés de ocultar valores extras até ao final do processo de reserva."

A investigação da Autoridade da Concorrência e Mercados teve início em outubro de 2017 e os sites têm até 1 de setembro para fazer as alterações pedidas pela reguladora.