Quatro jovens entre os 21 e os 23 anos interromperam a sessão de abertura de aniversário dos 50 anos do Partido Socialista para se manifestarem a favor da "ação climática". Três dos estudantes acabaram mesmo por baixar as calças e mostrar o rabo, sendo que tinham escrito nas nádegas a palavra "ocupa!", escreve o "Público". Mas este meio de protesto não é recente, e ficou conhecido, há mais de 30 anos, com aquela que foi apelidade de "geração rasca".
"Celebrar o quê? Não há planeta B!", afirmaram os jovens que se manifestavam, e que foram logo retirados da sede nacional do PS, e identificados por elementos da Polícia de Segurança Pública. Mas antes disso, três deles, membros do movimento "Fim Ao Fóssil", que defende a justiça climática, tiveram tempo de mostrar ainda mais o seu descontentamento, e baixaram as calças.
Matilde Alvim, estudante de Antropologia e uma das manifestantes no local, afirmou ao "Público" que o PS "está a comemorar o seu 50.º aniversário mas deveria estar a fazer um plano compatível com a justiça climática". Em comunicado, os jovens relataram que o episódio tinha o objetivo de acusar o partido de "não fazer um cu" pela ação climática. "O PS não devia estar a celebrar, mas sim a fazer um plano compatível com os prazos ditados pela ciência climática para acabar com os combustíveis fósseis e pôr em marcha uma transição justa para as pessoas", escreveram os estudantes numa nota recebida pelo "Notícias ao Minuto".
Esta forma de protesto ocorreu precisamente na semana em que a manifestação da "geração rasca" comemora 31 anos. Em abril de 1992, quatro estudantes, Jorge Barata, Sérgio Vitorino, Luís Branco e João Carlos Louçã, mostraram as nádegas ao ministro da Educação da altura, António Couto dos Santos, onde tinham escrito "não pago". Manifestavam-se contra o aumento do valor das propinas no ensino universitário. A expressão "geração rasca", foi utilizada pelo jornalista Vicente Jorge Silva num editorial do jornal "Público", referindo-se às manifestações de estudantes da altura.
Quando ao movimento "Fim Ao Fóssil", os estudantes vão ocupar universidades e escolas pelo país durante a próxima semana, a começar no dia 26 de abril, "reivindicando o fim dos combustíveis fósseis até 2030 e 100% eletricidade renovável e acessível até 2025 para todas as famílias", e dentro de três semanas pretendem bloquear o terminal de gás natural, em Sines, mais precisamente a 13 de maio, escreve a "SIC Notícias".