A família de Beatriz Lebre, a estudante morta alegadamente por um colega de mestrado, vai requerer uma indemnização a Rúben Couto, único suspeito do crime, tendo já sido constituída assistente neste processo. Espera-se ainda que os pais da estudante ajudem também as autoridades na investigação, por forma a contrariar a defesa do presumível homicida, avança o “Correio da Manhã”. A defesa do jovem de 25 deverá centrar-se na confirmação da relação amorosa, afastando a hipótese de crime premeditado.

Rúben Couto já terá pedido uma avaliação psicológica e psiquiátrica, mas o mesmo jornal avança que a hipótese de inimputabilidade está fora de questão. O que se quer saber é o contexto em que o crime aconteceu já que o jovem não conseguiu explicar-se em tribunal. Na altura, apresentou-se choroso e sem conseguir restituir o crime, cenário que já teria acontecido também durante o interrogatório com a Polícia Judiciária.

PJ conseguiu reconstruir todos os passos de Rúben Couto nos dois dias anteriores à morte de Beatriz Lebre
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Como já havia sido noticiado, é nas mensagens trocadas entre os dois que se encontra a chave para o julgamento deste crime. Foi relatado que as mensagens confirmavam uma relação entre os dois, o que poderá ajudar a sustentar a hipótese de um crime por impulso. Beatriz terá dito a Rúben que mantinha uma relação com outro jovem e terá sido esse o motivo que levou o jovem a assassinar a rapariga.

Esta tese é no entanto contrariada pela família da jovem, que assegura não haver relação entre os dois e acreditar na hipótese de ter sido um crime planeado. O facto de o presumível homicida ter usado o carro do pai, ter evitado as portagens da Margem Sul e ter-se munido de um bastão enquanto se dirigia a casa da colega podem indicar que planeou a crime.

O alerta do desaparecimento de Beatriz Lebre foi dado pela família depois de vários dias sem conseguir falar com a jovem. Rúben Couto ainda ajudou nas buscas pela jovem, mas acabou detido, suspeito de ter assassinado a colega de mestrado. O corpo de Beatriz foi encontrado a 29 de maio, junto ao terminal de contentores de Santa Apolónia. O cadáver estaria na água há oito dias e a jovem estaria desfigurada, fruto das agressões na face e na cabeça. Existiam ainda hematomas nos pulsos e pernas que indicam marcas defensivas.