Uma semana depois de o corpo de Beatriz Lebre ter sido recuperado do rio Tejo, foram conhecidos todos os pormenores do despacho emitido pelo Ministério Público, no qual pediu a prisão preventiva do único suspeito do assassinato, já detido. No documento, que assenta muito nas trocas de mensagens por telefone, e nos registos das antenas, fica comprovado que existia uma relação amorosa entre Beatriz Lebre e Rúben Couto, o agressor e suposto homicida. Este namoro era mantido em segredo da família e amigos de Beatriz, já que a jovem estudante tinha um namorado no Alentejo, na zona de Elvas, onde tinha estado durante o período da quarentena.
Segundo o despacho, Beatriz e o agressor mantinham um relação amorosa desde novembro de 2019. Os amigos mais próximos e a família não sabiam dessa relação até porque a jovem teria assumido o tal outro relacionamento com outro jovem desde junho de 2019, segundo revela o documento, de acordo com o que noticia a "Sábado". E tanto o avô como a mãe de Beatriz garantem que a jovem estudante e o agressor não eram namorados.
Mas a reconstrução levada a cabo pela Polícia Judiciária dos últimos passos do suspeito do crime revelou que ambos chegaram a passar duas noites juntos. Depois de Beatriz ter regressado, a 18 de maio, a Lisboa — após ter passado uns dias junto da família, em Elvas —, o suposto homicida dormiu em casa da jovem nessa noite e na seguinte.
"Na madrugada de quarta-feira, 20 de maio, Rúben foi buscar Beatriz a casa e viajou com ela até à residência dos pais [de Rúben], em Vale de Milhaços, Corroios, onde pernoitaram", lê-se no despacho a que a mesma publicação teve acesso.
A 21 de maio, a véspera do crime, o agressor saiu de casa à hora de almoço para levar Beatriz a passear ao Parque das Nações, em Lisboa, e só regressou a casa à noite. Enquanto isso, Beatriz foi para casa, em Marvila. Mas foi já durante a madrugada que Rúben voltou a casa de Beatriz e já levaria consigo o bastão que usaria para lhe tirar a vida de forma violenta, acredita a PJ.