Primeiro desafio: conseguir associar o cartão de crédito à aplicação da Lime (basta carregar com 10€, 30€ ou 50€), a startup norte-americana que da noite para o dia (no primeiro fim de semana de outubro), estacionou centenas de trotinetes elétricas (entre 200 a 400) em vários pontos de Lisboa. Sem sabermos bem como, lá conseguimos que a coisa resultasse. Com os euros a contar (1€ por utilização, mais 15 cêntimos por minuto), a MAGG pôs-se em cima do veículo e iniciou o teste, com ponto de partida no Jardim do Campo Grande, em Lisboa. Como é que soubemos que as trotinetes estariam aqui? Foi simples: a aplicação, disponível para sistemas operativos Android e iOS, com o nome Lime-S, disponibiliza a localização das trotinetes num mapa simples, tal como acontece com outros serviços de partilha de veículos, como é o caso das bicicletas Gira.
Com travões idênticos aos das bicicletas e com um pequeno e simples acelerador, é obrigatório dar um primeiro (e único) impulso com o pé para que a trotinete ande com a velocidade que se quer. Mas, não se preocupe: não terá de memorizar estes pormenores porque, mal desbloqueia o veículo, surge uma espécie de manual de instruções que dá conta de todos os passos necessários para a viagem.
A partir daí, é a abrir, mas com a devida cautela. Os primeiros metros são percorridos ainda no processo de familiarização, que passa por entender a sensibilidade do acelerador, do volante ou dos travões. A trotinete é rápida, muito mais do que estávamos à espera.
As subidas não se sentem, ao contrário das descidas, em que, para serem controladas, se aconselha a utilização do travão. No alcatrão a condução é suave e a trotinete desliza bem. Mas o mesmo não acontece com a calçada portuguesa: aqui as irregularidades sentem-se, dos pés à cabeça. Não é confortável. Tudo treme. Outro ponto menos favorável, mas pouco grave, será o seu peso, que apenas se sente quando é necessário pegar nela para subir um passeio, por exemplo.
Quanto às normas, as regras para a utilização das trotinetes são as mesmas do que para os que circulam de bicicleta pela cidade. É proibido andar no passeio, mas é permito andar nas ciclovias e na estrada, junto dos carros, respeitando os semáforos ou indicando as alterações de rota, por exemplo.
Provavelmente já reparou em trotinetes estacionadas em locais aparentemente aleatórios de Lisboa. Esta é uma das grandes vantagens do serviço disponibilizado pela Lime (presente em várias capitais europeias): não existem pontos para a devolução. O utilizador pode deixar o veículo elétrico onde lhe for mais conveniente, excepto na "zona vermelha", referente ao centro históricos da cidade.
No final da utilização, surgem na aplicação vários dados: o tempo, os quilómetros percorridos, o carbono poupado e o tempo. Connosco foi assim: 3,5 quilómetros percorridos, 51 minutos, 879g de carbono poupado e um preço de 7,65€, o único pormenor que nos fez torcer o nariz.
Apesar de ser um meio de transporte recente em Lisboa, já existe outra empresa que disponibiliza o mesmo serviço. A iomo, uma empresa portuguesa, também já tem as suas trotinetes elétricas a circular pela cidade.