Um homem, 55 anos, foi detido em Lisboa depois de assassinar a mulher, também com 55 anos, com uma faca. O crime aconteceu em plena via pública, mais concretamente na Avenida de Ceuta, dentro de uma viatura, numa área descampada, de acordo com a CNN Portugal.
O alerta para o sucedido foi dado pela 22 horas deste domingo, 11 de fevereiro, salienta a Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP), que acrescenta também que estamos perante um homicídio no contexto de violência doméstica. A Polícia Judiciária já está a tomar conta do caso e o homem foi detido.
Esta é mais uma morte a juntar à lista de vítimas em 2024. Em janeiro, Kátia Azevedo, 40 anos, foi assassinada pelo companheiro de 34 com uma faca, na Figueira da Foz, enquanto a filha da vítima, de 12 anos, estava na mesma casa onde aconteceu o crime.
Já neste mês de fevereiro, um homem disparou vários tiros na manhã de dia 3, matando a mulher e ferindo com muita gravidade a filha, que foi atingida por três vezes nas costas. O homem suicidou-se de seguida. O crime ocorreu pouco depois das 11 da manhã na freguesia de Agrochão, Vinhais, em Trás-os-Montes. Uma discussão séria com as duas mulheres terá estado na origem dos disparos por parte do homem, já com 80 anos.
De acordo com o apurado pelas autoridades, o homem terá assassinado a mulher e depois terá disparado sobre a filha, de 49 anos, que estaria a tentar fugir, e foi atingida três vezes pelas costas. Depois, matou-se.
No dia 10, um homem matou a tiro a mulher, de 72 anos, e tentou suicidar-se de seguida em Lázaro, no concelho de Lamego. "A mulher apresentava já rigidez cadavérica e tinha uma ferida de tiro de pistola na nuca. O homem ainda tinha pulsação e o ferimento de um tiro no lado direito da cabeça”, disse o comandante dos Bombeiros Voluntários de Lamego, Nuno Carvalho, ao "Jornal de Notícias". Foi estabilizado e transportado para o hospital de Vila Real, onde permanece internado, acrescenta a mesma publicação.
Os números da violência doméstica em Portugal
De acordo com o Portal da Violência Doméstica, em 2023, aconteceram 22 homicídios voluntários no contexto de violência doméstica, com a grande maioria das mortes a pertencer a mulheres (17). Foram ainda assinaladas duas mortes de homens e duas mortes de crianças.
Entre outubro a dezembro de 2023, foram acolhidas na Rede Nacional de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica 1296 pessoas: mais de metade foram mulheres, 50,8%, seguindo-se 47,5% crianças e 1,7% homens, de acordo com dados do mesmo portal.
No mesmo período de tempo, foram registadas 6.973 ocorrências participadas à PSP ou à GNR, menos 2,19% que no período homólogo de 2022. Olhando para os dados gerais de 2023, foram participados 3.0279 crimes de violência doméstica, menos 0,4% do que no ano de 2022, em que se registaram 30.389 participações. Foram aplicadas 1.161 medidas de coação de afastamento a agressores pelo crime de violência doméstica e integradas 2.494 pessoas em programas para agressores.