O jovem de 22 anos que foi agredido até à morte no domingo, 2 de março, na Quinta dos Ingleses, junto à praia de Carcavelos, em Cascais, trata-se de Bruno Ribeiro. De nacionalidade brasileira e a viver em Portugal há cinco anos com o pai, o jovem foi atacado por um homem com cerca de 30 anos também de nacionalidade brasileira, que era funcionário de uma rulote.

Crime em Carcavelos. Jovem de 22 anos agredido até à morte por funcionário de rulote
Crime em Carcavelos. Jovem de 22 anos agredido até à morte por funcionário de rulote
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Este caso já chegou à imprensa internacional. Gabriela Escalante, namorada da vítima, explicou ao “g1” que estava com Bruno Ribeiro e com um amigo a comer, quando se afastou da mesa num determinado momento. Foi nesta altura que o funcionário da rulote, que seria o cozinheiro, se aproximou e começou uma discussão com os dois rapazes.

O funcionário agrediu a vítima com um pau, que sofreu dois golpes na cabeça e caiu ao chão, segundo relatou Gabriela, que não soube explicar o que terá originado a discussão, visto que se tinha ausentado nesse momento. “Eu ouvi o nosso amigo falando para eles se acalmarem, explicando que o Bruno estava bêbado e que eles não precisavam brigar”, disse, acrescentando que o namorado “caiu no chão" e que o amigo "tentou ajudar, mas o cozinheiro ainda bateu com o pau no braço dele”.

O agressor está indiciado por um crime de homicídio e ficou em prisão preventiva, segundo revelou a Procuradoria-Geral Regional de Lisboa na terça-feira, 5 de março, em comunicado. Os “fortes indícios recolhidos” mostram que no domingo, 2, por volta das 4h20, no parque 1 de terra batida da praia de Carcavelos, na Avenida Marginal, “desencadeou-se um conflito entre o arguido, que explora um estabelecimento comercial aí situado e onde reside, e o ofendido, cliente” da rulote, conforme escreve o "Notícias ao Minuto".

“Na sequência desse desentendimento, o arguido perseguiu o ofendido munido de um pau/bastão de madeira e, quando o alcançou, deferiu-lhe pancadas em diversas partes do corpo, designadamente na cabeça”, continuam, acrescentando que o jovem morreu “ainda no local, tendo o óbito sido declarado pelas 5h35”.

A mãe de Bruno, Elizete, que não via o filho há cinco anos, contou que viu o seu passaporte urgente ser negado e que, por isso, não teve a possibilidade de estar presente nas cerimónias fúnebres. “Esse rapaz tirou tudo o que eu tenho, tirou o meu filho, era tudo que eu tinha na vida. Porque fizeram isso com ele? Está doendo tanto (...) A gente não tem apoio nenhum, nem do consulado, nem de nada. Eu não consegui tirar o meu passaporte de emergência, foi negado. Eu não tirei meu passaporte antes, porque ele me disse que viria em dezembro. Não deu tempo”, contou a mulher, que pede justiça, ao “g1”.

Bruno Ribeiro, depois de ter caído ao chão em consequência das agressões, entrou em paragem cardiorrespiratória, mas “não se sabe se devido à queda, à agressão ou a algum problema de saúde que pudesse já ter”. O alerta para o crime foi dado antes das 5 horas e, apesar de uma equipa do INEM ainda ter tentado manobras de reanimação, acabaram por declarar a morte do jovem no local.