Várias fotografias da decoração de Natal no edifício dos Paços do Concelho, em Setúbal, foram publicadas no Facebook esta terça-feira, 10 de novembro, gerando polémica. Isto porque o autor da publicação, o jornalista e crítico de cinema Miguel Somsen, escreve que "já saíram mais de 100 mil euros do erário público para a empresa contratada para decorar este Natal", empresa essa, a JM Beyond Interiores, "cujo CEO é João Maria, primo de Mourinho", alega.

Entre os comentários à publicação, que começou ironicamente com "boas notícias de Setúbal, que aparentemente já saiu da crise", pode ler-se "além da falta de gosto, ultrapassa todos os limites da decência e da realidade atual. Vergonhoso" ou "não há pessoas sem abrigo na cidade a precisar de comida e alojamento?", criticam.

Contactada pela MAGG, fonte do Gabinete da Presidência da Câmara Municipal de Setúbal já fez saber que "não corresponde à verdade que as decorações dos Paços do Concelho tenham custado 100 mil euros".

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"As decorações foram asseguradas por um prestador de serviços que tem um contrato com a Câmara Municipal para realizar este tipo de ações. O valor do material utilizado no edifício dos Paços do Concelho e outras ações necessárias para o instalar rondam os três mil euros", esclarece.

Contudo, questionada sobre o investimento das iluminações de Natal deste ano, a mesma fonte avança que o valor "não está ainda fechado".

As iluminações de Natal em Setúbal são todos os anos alvo de atenção, uma vez que o acender das luzes é ainda marcado por momentos musicais. Exemplo disso é a cerimónia do ano passado, cuja iluminações se acenderam ao fim do dia, acompanhadas de um concerto do Saint Dominic’s Gospel Choir.

Este ano, devido à pandemia, eventos semelhantes não puderam ser realizados, mas as iluminações arrancaram na mesma, conforme esclarece o Gabinete da Presidência da Câmara Municipal de Setúbal. "Encaramos esta iniciativa como um investimento, uma vez que desde que são feitas estas decorações natalícias nos Paços do Concelho, o que acontece há vários anos, esta ação atrai sempre ao edifício mais de dez mil pessoas em cada ano", de todo o País, esclarece a fonte.

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Apesar de o fluxo este ano não ser de perto semelhante, devido às restrições impostas pelo novo e quarto estado de emergência aplicado em Portugal, a Câmara Municipal de Setúbal explica a razão do investimento nas decorações de Natal.

"Parece-nos até que este tipo de ações, sempre no pleno respeito pelas regras sanitárias em vigor, é mais importante no atual contexto, em que é necessário atrair visitantes que contribuam para atenuar o período de acentuada crise vivida em especial nestes setores em resultado da pandemia", explica, por fim, fonte da Câmara Municipal de Setúbal.