Marcelo Rebelo de Sousa dirige-se ao País após, esta sexta-feira, 20 de novembro, ser aprovado pelo parlamento a renovação do estado de emergência. O decreto apresentado pelo presidente da República passou com votos a favor do PS, PSD e da deputada não inscrita Cristina Rodrigues. Bloco de Esquerda, CDS e PAN abstiveram-se. PCP, Verdes, Chega, Iniciativa Liberal e Joacine Katar Moreira votaram contra.

Diretamente de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa realça que o número de mortes e de pessoas internadas nos cuidados intensivos está a subir e "pode atingir valores máximos entre o final de novembro e o início de dezembro". Segundo o presidente da República, quanto mais tarde forem tomadas medidas, menos eficazes serão e mais tempo terão de durar. Por este motivo, serão ajustadas as medidas às situações de grupos de concelhos com graus diversos de gravidade da pandemia.

O presidente da República não hesitou em afirmar que é provável que se assista a uma nova subida de casos ou que uma  terceira vaga possa ocorrer entre janeiro e fevereiro e realçou que esta "será tanto maior quanto maior for o número de casos um mês antes". Por este motivo, torna-se essencial tentar conter em dezembro o processo pandémico.

Estado de emergência aprovado no Parlamento. Marcelo fala ao País às 20h
Estado de emergência aprovado no Parlamento. Marcelo fala ao País às 20h
Ver artigo

"Se tudo isto impuser a  ponderação em devido tempo de segunda renovação do estado de emergência de nove a 23 dezembro, ou mesmo mais renovações posteriores, que ninguém se iluda, não hesitarei um segundo em propô-las", afirmou o presidente.

Foi ainda mencionada a noção da " brutal pressão" que existe neste momento sobre o Serviço Nacional de Saúde, "pressão essa que vai aumentar nos próximos dias e semanas e que cumpre evitar que culmine em situações criticas e generalizadas, o que implica a exigência de tentar conter o curso da pandemia em dezembro e nos primeiros meses de 2021", realçou. O presidente da República fez ainda questão de relembrar que não nos podemos preocupar apenas com os doentes Covid e que a saúde é para todos.

Marcelo Rebelo de Sousa afirma que o estado de emergência irá durar o tempo que for necessário de modo a quebrar "a curva ainda ascendente de casos, condição necessária para infletir a seguir a cursa crescente de internados de cuidados intensivos e de mortes".  O presidente apelou aos portugueses que se mantenham unidos e que não facilitem nas medidas de prevenção em dezembro para que seja possível não sofrer um agravamento em 2021.

COVID-19. Há mais 61 mortes e 6.489 novos casos de infeção em Portugal
COVID-19. Há mais 61 mortes e 6.489 novos casos de infeção em Portugal
Ver artigo

O novo estado de emergência entra em vigor a 24 de novembro e prolongar-se-á até 8 de dezembro. As medidas concretas a serem aplicadas serão apresentadas este sábado, 21 de novembro. Para já, sabe-se que o novo estado de emergência vai funcionar em moldes diferentes do atualmente em vigor. Serão aplicadas medidas diferenciadas por concelho, de acordo com o grau de de gravidade de contágios, que englobarão diferentes níveis de restrições à mobilidade.

De acordo com o jornal "Público", que cita o decreto de renovação do estado de emergência, poderão também ser autorizados confinamentos compulsivos, o impedimento de os profissionais de saúde abandonarem o Serviço Nacional de Saúde. Empresas e estabelecimentos poderão ser obrigados e mudar de horário ou mesmo a encerrar. Há também a possibilidade de menor proteção de dados pessoais e previsão de uma possível rutura de medicamentos ou material sanitário.

Esta sexta-feira, 20 de novembro, registaram-se mais 61 mortes e 6.489 novos casos de infeção em Portugal pelo novo coronavírus. Até ao momento, já morreram no País 3762 pessoas.