Marta Temido apresentou o pedido de demissão esta madrugada, 30 de agosto. Numa nota enviada às redações por volta da uma da manhã, a agora ex-ministra informa que "deixou de ter condições para se manter no cargo".
O pedido de demissão foi aceite por António Costa e, em comunicado enviado pelo gabinete do primeiro-ministro, é feito um agradecimento à ministra demissionária. "O primeiro-ministro agradece todo o trabalho desenvolvido pela dra. Marta Temido, muito em especial no período excecional do combate à pandemia da covid-19".
Fonte oficial do governo adianta à Lusa (citada pela CNN Portugal) que a substituição de Temido "não será rápida". "O primeiro-ministro gostaria que ainda fosse Marta Temido a levar ao Conselho de Ministros o diploma que regula a nova direção executiva do SNS", avança a mesma fonte. A reunião do Conselho de Ministros acontece no próximo dia 15 de setembro e, esta demissão poderá atrasar a aprovação do referido diploma, refere ainda fonte oficial do governo à Lusa.
Marta Saúde assumiu o cargo de ministra da Saúde em outubro de 2018. Ao fim de um 19 meses no cargo, quando a covid-19 foi declarada pandemia pela Organização Mundial de Saúde, foi, durante quase dois anos, o rosto, juntamente com Graça Freitas, das conferências e comunicações sobre a evolução da doença em Portugal.
O estado de graça de Marta Temido acaba quando o alívio das medidas restritivas da COVID-19 se generaliza e o Serviço Nacional de Saúde volta a acusar graves falhas estruturais, com déficit de médicos, encerramento de urgências por falta de profissionais de Saúde e graves problemas nos setores da ginecologia e obstetrícia, que resultaram, entre junho e agosto, na morte de dois bebés e uma grávida.