António-Pedro Vasconcelos morreu aos 84 anos. A notícia da morte do cineasta português, que celebraria o seu 85.º aniversário este domingo, 10 de março, foi avançada pelo antigo ministro da Cultura João Soares nas redes sociais, esta quarta-feira, 6 de março, com um comunicado no qual se podiam ler palavras de apreço pelo artista.
"Recebo com grande tristeza a notícia da morte de António-Pedro Vasconcelos. Admirava-o muito como cineasta, a obra que nos deixa é notável. Também como cidadão cujas opiniões respeitava, e muitas vezes seguia", escreve João Soares, filho de Mário Soares e ex-ministro da Cultura.
O antigo presidente da Câmara Municipal de Lisboa também enfatizou o apoio que o artista sempre deu ao Partido Socialista e a Mário Soares. No fim, deixou os pêsames à família do artista. "Honra à memória de António-Pedro Vasconcelos", rematou João Soares na sua publicação de Facebook.
António-Pedro Vasconcelos nasceu em Leiria, a 10 de março de 1939. O artista estudou Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, assim como Filmografia na Universidade de Sorbonne, cursos que nunca chegou a concluir. Ao longo da sua vida, destacou-se como realizador, produtor, crítico e até professor.
O cineasta foi o responsável por vários filmes de grande sucesso comercial e assume-se como um dos nomes incontornáveis do Cinema Novo Português. Os seus primeiros filmes, "Perdido por Cem", que remonta a 1973, e "Oxalá", de 1980, foram fortemente influenciados pela Nouvelle Vague, um movimento artístico francês.
No entanto, o seu repertório conta com muitos mais filmes conhecidos. É o caso de "Jaime", 1999, "Os Imortais", de 2003, "Call Girl", de 2007, ou "A Bela e o Paparazzo", de 2010. Além disto, realizou também séries documentais e de ficção para a televisão, como foi o caso da co-produção luso-francesa "Aqui d’El Rei" (1992).
Em 2015, o artista foi galardoado nos Prémios Sophia. Levou para casa os troféus de Melhor Filme e Melhor Realizador, graças a "Os Gatos Não Têm Vertigens". Em 2017, voltou a vencer na categoria de Melhor Filme à conta de "Amor Impossível", e nesse mesmo ano, "Parque Mayer" também fez com que se sagrasse vencedor da categoria de Melhor Realizador.
E porque um artista vive enquanto a sua arte for reconhecida e reproduzida –, recorde cinco dos filmes mais inesquecíveis de António-Pedro Vasconcelos.