O diábolo, também conhecido como ioiô chinês, foi o brinquedo que nos desafiou de várias formas na infância. Uma delas era tentar não lançar as duas estruturas de plástico, ligadas com por material metálico, contra a cabeça de alguém — objetivo nem sempre cumprido, infelizmente. A outra, não tão fácil, era evitar que o fio se enrolasse à volta do diábolo.

Os desafios nem sempre eram superados, mas o que nunca falhava quando agarrávamos nas duas baquetas era a sensação de sermos mágicos ou malabaristas profissionais.

No meu tempo é que era. Ainda se lembra de decorar o caderno com Kalkitos?
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Mas ao contrário do que podia pensar, os diábolos não eram a novidade da sua geração — já são usados pelo menos há dois mil anos na China — mas só começaram a ser mais conhecidos em Portugal nos anos 90. Quem é dessa altura lembra-se de pedir um diábolo no Natal ou no aniversário, uma, duas ou até três vezes.

É que este brinquedo, sempre com a mesma forma, tinha diversos padrões e materiais. As baquetas podiam ser de madeira ou de alumínio, mas a estrutura de plástico ora tinha um amarelo berrante, ora um fundo roxo com manchas coloridas.

Talvez haja quem nunca tenha atinado com o jogo, até porque na década de 90 ainda não se recorria aos vídeos tutoriais do YouTube para aprender a fazer o que quer que fosse. Atualmente, as crianças que comprarem este ioiô chinês vão provavelmente deixar o manual de instruções de lado (se ainda existir) e ver um vídeo como este.

Mas o jogo ficou mais sério e além de haver quem aperfeiçoasse a técnica usando mais do que um diábolo no mesmo fio, o jogo foi levado para campeonatos, chegando a premiar Hiroki Kamei com uma medalha de ouro no IJA 2016 World Championships.

O jogo continua à venda em lojas, como a Circus, a Majora ou a Decathlon. Mas se o diábolo permanece quase inalterado, o planeta não — e é por isso que até para este jogo há uma forma mais sustentável de brincar, sem ter de comprar o brinquedo de plástico.

Basta pegar em materiais velhos — como dois funis, fita adesiva e duas colheres de pau — e montar tudo, como é explicado neste vídeo DIY.

Esta é uma forma de reinventar o diábolo de forma mais sustentável e de tirar os miúdos de frente dos ecrãs do computador ou do tablet para, em conjunto com os pais, trazer de volta o brinquedo que continua a marcar gerações.