Luís Francisco Botelho Miguel é o novo diretor nacional do Serviço de Estrangeiros e fronteiras (SEF), ocupando o cargo ocupado por Cristina Gatões, que se demitiu a 9 de dezembro, nove meses da morte do cidadão ucraniano Ihor Homeniuk, que morreu às mãos de inspetores daquele serviço, nas suas instalações, no Aeroporto de Lisboa.
O tenente-general e antigo Comandante-Geral da Guarda Nacional Republicana (GNR), que ocupou o cargo até julho de 2020 — tendo abandonado a posição depois de atingir o tempo máximo de permanência no posto de oficial-general, que é de dez anos — "foi designado pelo Primeiro-Ministro, António Costa, e pelo Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, como Diretor Nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, para dirigir o processo de reestruturação deste Serviço e assegurar a separação orgânica entre as suas funções policiais e as funções administrativas de autorização e documentação de imigrantes”, lê-se na nota oficial.
O novo diretor geral do SEF tem 62 anos, é natural de Lisboa, oficial do Exército e mestre em Ciências Militares e licenciado em Engenharia de Sistemas Decisionais. Segundo a mesma nota, "o tenente-general Botelho Miguel exerceu vários cargos de comando entre 2010 e 2020 na Guarda Nacional Republicana, onde cessou funções como Comandante-Geral em julho”.
No final dos anos 90, teve uma curta passagem no Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED), como diretor de Área, tendo sido depois chefe da Divisão de Informações no Estado-Maior do Exército (EME). Em 2014, foi condecorado com a Medalha de Ouro de Serviços Distintos de Segurança Pública por Miguel Macedo, então Ministro da Administração Interna, em 2014.
Apesar do total de 12 louvores que recebeu pelo seu desempenho em funções públicas, já foi alvo de críticas. César Nogueira, presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG), fez um "balanço muito negativo" da sua liderança, acusando-o , a partir de vários relatos de sócios, de ter sido "forte com os fracos e fraco com os fortes", cita o "DN". "É o comandante-geral que mais persegue os dirigentes associativos com processos disciplinares arbitrários, que atrasa as promoções e suspende transferências sem critério”.