Propomos uma viagem no tempo antes de voltarmos a 2018.

Em 1900, a esperança média de vida a uma escala global era de 34 anos para os homens e 36 para as mulheres. Não é preciso analisar dados do INE ou virem especialistas internacionais debaterem o assunto para perceber que a evolução tem sido positiva. Em 2018, a média global já vai acima dos 70 anos e o futuro mostra-se promissor, até mesmo para Portugal, habituado a lugares pouco cimeiros quando o assunto é crescimento. Estamos entre os cinco países na Europa onde a esperança média de vida para as mulheres em 2030 poderá chegar perto dos 90 anos — 87,5 mais especificamente.

Mas voltemos a 2018 e a um mundo que, mesmo assim, continua a crescer de forma desigual. Continua a haver sítios no mundo com uma longevidade bastante superior à média e, nessa lista, o Mónaco aparece em primeiro lugar, o que não deixa de ser surpreendente, principalmente depois de já anteriormente terem sido identificadas cinco zonas do mundo onde as pessoas duram mais tempo, lista da qual o principado não faz parte.

Uma investigação da "National Geographic" identificou as chamadas "Blue Zones", categoria da qual fazem parte as ilhas de Okinawa, no Japão; a cidade de Loma Linda, na Califórnia; a península de Nicoya, na Costa Rica; a ilha Icária, na Grécia; a ilha de Sardenha, em Itália.

Então e o Mónaco?

Quando toda a gente pensava que eram os japoneses a mostrar que é possível viver mais tempo, eis que surge o Mónaco a encabeçar a lista da longevidade. O ranking foi publicado no World Factbook da CIA, que estima que o tempo médio de vida no Mónaco chega aos 89,4 anos, mais quatro anos que o segundo colocado — o Japão — onde as pessoas vivem em média 85,3 anos. Bem se formos comparar com Portugal, no Mónaco vive-se mais dez anos do que cá. Com uma esperança média de vida de 79,4, Portugal fica-se pelo 48º lugar.

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Para ocupar a primeira posição não há milagres, há riqueza. Não é por acaso que o Mónaco ocupa o terceiro lugar na lista de países mais ricos, com um rendimento per capita de mais de 115 mil dólares (mais de 98 mil euros). À frente só o Liechtenstein com 117 mil euros e o Qatar com 104 mil euros. Nessa lista, Portugal desce para 65º lugar, com apenas 25 mil euros de renda per capita.

Sem explicação científica para o resultado, a análise é feita com base em mais listas que põem o Mónaco como exemplo. Nesta cidade-estado do sul de França, estão concentrados o maior número de milionários per capita, com mais de 31% da população a ganhar mais do que um milhão de dólares em 2017. Mas como o dinheiro não é tudo, também se dão cartas na saúde: no Mónaco há quase sete médicos por mil pessoas. Em comparação, Portugal tem um rácio de 4,4 por cada mil habitantes e com este número já está acima da média da União Europeia (3,5).

Não é só o dinheiro

É quase imediato tentar justificar a longevidade de um país com o poder económico dos seus habitantes, mas a questão não é assim tão linear.

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A verdade é que no top 30 da lista da CIA existem vários países de pequena dimensão, ainda que sem os valores de riqueza do Mónaco. É o caso da Islândia, Andorra, Luxemburgo, a ilha de Jersey ou a Ilha de Man.

A par de sistemas de saúde vantajosos, há estudiosos como P. Christiaan Klieger, que apontam os hábitos do dia a dia como fator influenciador. Na publicação "The Microstates of Europe", o autor refere que, ainda que também estes países estejam na lista dos mais ricos do mundo, há fatores como a alimentação, nomeadamente a dieta mediterrânica, que podem dar uma ajuda à longevidade. Além disso, segundo a análise deste investigador, viver em pequenos aglomerados pode ajudar a reduzir o stresse, uma vez que se foge ao caos das grandes cidades.

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