Se em 2017 participou no Open House Lisboa e gostou, então não pode perder a próxima edição, que se realiza já neste fim de semana, a 22 e 23 de setembro, sábado e domingo. É que dos 84 espaços que vão estar de portas abertas para o público conhecer, 38 são novos.
Organizado pela Trienal de Lisboa e pela EGEAC, o evento, que já vai na sétima edição, faz parte do programa do Lisboa na Rua, que decorre em setembro através da criação de várias iniciativas culturais espalhadas pela cidade. Há bibliotecas, monumentos, teatros, hotéis, prédios e moradias diferentes para visitar, conhecer a história e ter contacto com as expressões arquitetónicas e sociais que, em diferentes épocas, marcaram a cidade.
O crítico e professor Luís Santiago Baptista e a arquiteta, professora e investigadora Maria Rita Pais são os comissários da edição de 2018. Foi a dupla que dividiu a cidade em nove zonas, de forma a que se possa fazer uma espécie de raio-X aos nove percursos pedestres de uma hora e meia que daqui resultaram, e que expressam as alterações que Lisboa tem sofrido, incluindo o boom turístico dos últimos anos. Ao programa somam-se visitas guiadas e diversas conversas.
Porque a escolha é vasta, a MAGG pediu à organização que selecionasse cinco locais a não perder.
Biblioteca Municipal de Marvila
Construída a pensar na inclusão social e para os habitantes do bairro que fica na zona poente de Marvila, entre os bairros sociais de Chelas, foi construída em novembro de 2016 e é a maior biblioteca municipal de Lisboa. Com uma parte construída de raiz e outra recuperada, a antiga Quinta das Fontes tem várias salas de leitura, de trabalho e ainda outros que se dedicam a atividades lúdicas para os miúdos e bebés. Possui ainda uma cafeteira e um local que homenageia o escritor José Gomes Ferreira.
Morada: Rua António Gedeão
Visitas: Sábado e domingo, das 10h às 12h; das 15h às 17h
É do século XIX, foi construído em 1825, numa altura em que as Laranjeiras ainda eram considerados os arredores da cidade. Foi um dos teatros mais prestigiados da altura, com 560 lugares para espectadores e duas galerias onde cabiam 600 pessoas no total. A casa pertenceu à família Quintela e tornou-se famosa pelas festas no salão de baile dos espelhos. Em 1862 foi devastado por um incêndio e deixado ao abandono. Em 2012 Gonçalo Byrne e Barbas Lopes ressuscitaram-no. Hoje é uma casa moderna, com pedra delicadamente trabalhada.
Morada: Estrada das Laranjeiras, 211
Visitas: sábado, das 15h às 17h30 e das 10h às 17h.
Fazendo parte da política de habitação social de Salazar, integrou um conjunto de moradias que cruzam o estilo próprio do regime com nuances internacionais. Construídas pela Construtora Nacional de Casas Económicas, que na altura regulamentava a política de habitação social desta altura, esta moradia com duas habitações — uma em cada piso — é caracterizada por uma expressão Art Deco e é uma das seis projetadas por Cassiano Branco na Avenida António José de Almeida.
Morada: Rua Xavier Cordeiro 19-20
Visitas: Sábado e domingo, das 10h às 17h30
Pavilhão de Exposições do Instituto de Agronomia
À semelhança do Palácio de Cristal no Porto ou do Hyde Park, em Londres, em que se inspirou, é um edifício de ferro e de vidro de 1884, do tempo do rei D. Luis I. É um dos elementos principais da tapada, construído a par da III Exposição Agrícola de Lisboa. Cercado por dois chalés da época, tornou-se, depois, conhecido por receber exposições portuguesas de floricultura.
Morada: Tapada da Ajuda, 44
Visitas: Domingo, das 13h às 17h
Incluido no Parque Mayer, junto à Avenida da Liberdade, foi inaugurado a 10 de julho de 1931. Depois de anos caído no esquecimento, depois de um período de decadência que se inicia em 1980, altura em que manteve a projeção de filmes eróticos e pornográficos, foi classificado como Imóvel de Interesse Público em 1983, o que levou a Câmara Municipal de Lisboa a iniciar uma ação de recuperação, que apenas terminou em 2016.
É aqui que vai decorrer uma conversa sobre o impacto do turismo nesta zona da cidade, baseada na tese de Gennaro Giacalone e Roberta Pellé acerca das transformações dos fluxos de Lisboa e que faz uma análise à requalificação da Rua da Alegria no plano para o Parque Mayer. Está marcada para domingo, às 16 horas e dura 30 minutos.
Morada: Travessa do Salitre, 35
Visitas: Domingo, das 13h às 17h30
Igreja de Nossa Sra da Conceição Velha
Construída com a matriz do desenho da Baixa Pombalina, soma elementos de igrejas distintas aos da antiga que ali estava edificava — a Igreja de Nossa Senhora de Misericórida, destruída pelo terramoto de 1755. Exemplo disso são as fachadas manuelinas, muito resistentes, que também estão presentes no Mosteiro dos Jerónimos ou na Torre de Belém. Classificada como Monumento Nacional desde 1910, em 2014 o atelier Menos é Mais iniciou a sua recuperação, obra solicitada pela Santa Casa da Misericórdia. A restauração teve como grande objetivo valorizar a matriz do local e os traços da igreja original.
Morada: Rua da Alfândega, 108
Visitas: Sábado, das 10h ao meio-dia e das14h às 21h; domingo, das14h às 17h