A Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou esta quarta-feira, 27 de outubro, as orientações para o funcionamento das creches, creches familiares e amas, em contexto de pandemia. Entre as grandes alterações está a possibilidade de os encarregados de educação poderem voltar a entrar nos estabelecimentos para ir buscar e deixar os filhos.
Até à data, os menores até aos 3 anos tinham de ser entregues ou recebidos pelos encarregados de educação à porta dos estabelecimentos — regra que deixou vários pais e especialistas descontentes e os levou a protestar. Após vários protestos, chegou ao Parlamento um projeto de Resolução do PAN para que o Governo garantisse "o direito inalienável das crianças à presença de uma figura significativa nos momentos de transição nos contextos educativos".
No novo documento da DGS é possível ler-se agora que "no acesso às instalações do encarregado de educação ou pessoa por ele designado na entrega/receção da criança ou de outras pessoas devidamente habilitadas (ex. fornecedores de bens e serviços), deverá respeitar-se o distanciamento físico, evitar-se aglomerados e está recomendada a utilização de máscara facial".
Da lista de medidas, desapareceram ainda as relativas à organização da sala de atividades e à partilha de objetos e brinquedos. Até agora, as crianças não podiam trazer brinquedos ou outros objetos de casa, e os existentes na creche deviam ser lavados duas a três vezes por dia. Os que não pudessem ser lavados, deviam "ser removidos da sala, assim como todos os acessórios não essenciais para as atividades lúdicopedagógicas", dizia a antiga norma.
Esta foi uma alteração já aplaudida por muitos pais. "Conseguimos! Não é uma vitória total, mas é uma vitória que merece celebração! A DGS reviu as normas (mesmo no meio da loucura de um orçamento chumbado) e os pais e mães deste País podem finalmente entrar nas creches! Ok, ainda há imenso por fazer. As medidas nas escolas que merecem revisão. A dualidade de critérios no uso das máscaras. Os atropelos de direitos que ainda se verificam com muitas crianças nos estabelecimentos de ensino. Mas demos um passo no caminho certo", lê-se numa publicação partilhada na página de Instagram "Dido & Co", que, após a divulgação da antiga medida, criou o movimento "A infância não se repete".