Como já é habitual, no final de cada ano há uma votação para eleger a palavra que mais o marcou. Depois de “guerra”, em 2022, “vacina”, em 2021, “saudade”, em 2020, e “violência (doméstica)”, em 2019, há dez candidatas à de 2023, com base nas sugestões deixadas no site, nas listas enviadas por alunos de todo o País, nas palavras mais pesquisadas no dicionário de língua portuguesa da Infopédia e do acompanhamento da realidade da língua feito pela Porto Editora.
“Clima”, já que o País foi afetado por fenómenos meteorológicos extremos como ondas de calor, tempestades, secas e inundações, “conflitos”, devido aos conflitos da Ucrânia e do Médio Oriente, “demissão”, já que António Costa se demitiu do cargo de primeiro-ministro, “habitação”, devido à escassez de casas, o aumento das taxas de juro e o valor das rendas gerarem revolta e manifestações pelo acesso à habitação, e “inflação”, já que houve um aumento generalizado do preço de bens e serviços que afeta diretamente o poder de compra dos portugueses, são algumas das palavras candidatas.
As restantes são “inteligência artificial”, já que o seu acesso se generalizou e levanta questões sobre os riscos e oportunidades da sua utilização, “jornada”, dado que Portugal organizou pela primeira vez a Jornada Mundial da Juventude que contou com a presença do Papa Francisco, “médico”, já que estes continuam a reivindicar melhores condições de trabalho no Serviço Nacional de Saúde (SNS), “navegadoras”, visto que a seleção portuguesa de futebol feminino participou pela primeira vez no Campeonato do Mundo, e “professor”, que também continuam a reivindicar a valorização da profissão em centenas de protestos por todo o País.
As votações para eleger a palavra do ano estão abertas até ao dia 31 de dezembro e em janeiro de 2024 será anunciada a que, segundo os portugueses, melhor representa o ano de 2023. A iniciativa da Porto Editora, em parceria com a Infopédia, já decorre há 15 anos, sendo que a primeira palavra eleita foi “esmiuçar”, em 2009.