Até este domingo, 25 de janeiro, 636.190 mil pessoas já foram infetadas pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal desde o início da pandemia, de acordo com o boletim diário da Direção-Geral de Saúde (DGS). É também a DGS que determina que estes milhares de portugueses não vão ser vacinados contra a COVID-19, pelo menos por enquanto.
"A maioria dos especialistas considera ser seguro que quem já teve a doença tome a vacina. Contudo, enquanto o número de vacinas for muito limitado, as pessoas que tiveram COVID-19 no passado não serão priorizadas", esclarece a DGS no portal na seção sobre vacinação.
Assim, mesmo que uma pessoa que já esteve infetada com COVID-19 faça parte de um grupo prioritário ficam excluídas das duas primeiras fases de vacinação, uma vez que se considera que "a grande maioria das pessoas que já tiveram COVID-19 adquiriram proteção contra a doença", que deverá durar entre três a quatro meses,
A primeira fase começou com a priorização dos profissionais de saúde, das forças armadas, profissionais e residentes em lares e na próxima semana começarão já a ser vacinados "outros serviços essenciais", como "bombeiros, profissionais de serviços essenciais, forças de segurança e também, entre eles, titulares de órgãos de soberania", anunciou a ministra da Saúde, Marta Temido esta segunda-feira, 25, em conferência de imprensa. A estes juntam-se ainda pessoas com mais de 50 anos com patologias associadas, como insuficiência cardíaca ou renal.
Já a segunda fase, a partir de abril, abrangerá pessoas com mais de 65 anos e pessoas entre os 50 e os 64 anos de idade com patologias associadas, como é exemplo a diabetes ou doença renal crónica.
O critério quanto à vacinação de pessoas que já estiveram infetadas com COVID-19 foi confirmado pelo coordenador do Plano Nacional de Vacinação contra a COVID-19, Francisco Ramos, que explicou que, embora não sejam agora vacinadas, “lá mais para a frente” receberão o fármaco, quando Portugal tiver mais doses disponíveis.
Para já, a regra está a ser aplicada em lares de idosos e nos hospitais, que fazem parte dos grupos prioritários. No entanto, Francisco Ramos revela que soube de alguns casos "em que se escondeu que havia infetados para não se atrasar a vacinação”, revela ao jornal "Público".