Os casos de reinfeção por COVID-19 num período de seis meses são raros, mas mais frequentes em pessoas que tenham mais de 65 anos. Pelo menos, é esta a conclusão do primeiro estudo focado na imunidade publicado esta quarta-feira, 17 de março.

O estudo, publicado na "The Lancet", uma revista científica, foi realizado durante as duas primeiras vagas do surto da COVID-19 na Dinamarca. Foi isso, aliás, que permitiu concluir que ao longo das duas primeiras vagas apenas 0,65% dos inquiridos registou testes positivos de PCR. Já o número de pessoas cujos testes acusaram positivo depois de um primeiro ter dado negativo fixou-se nos 3,27%.

Isto significa que se registou uma "proteção de 80% contra a reinfeção em pessoas que contraíram a doença nos últimos seis meses", escreve a Agência Lusa, citada pelo jornal "Expresso". No que toca à camada da população acima dos 65 anos, no entanto, essa proteção situa-se nos 47%, o que, para os investigadores, mostra que é a partir desta idade que a reinfeção é mais habitual.

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"Os resultados enfatizam a importância de as pessoas aderirem às medidas implementadas para se manterem seguras a elas próprias e aos outros, mesmo que já tenham tido COVID-19. As nossas conclusões também podem sustentar estratégias de vacinação mais amplas e a flexibilização das medidas de confinamento", explicou Steen Ethelberg, um dos responsáveis do estudo, citado pela mesma publicação.

Devido ao período em que o estudo foi realizado, os investigadores dizem que não foi possível avaliar o grau de proteção contra as novas variantes do coronavírus. No entanto, uma das investigadoras envolvida no processo, diz não ter sido concluído que a proteção contra a reinfeção diminua "dentro de um período de seis meses".

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"Os coronavírus relativamente parecidos, como o SARS e MERS, demonstraram ambos conferir proteção imunológica contra reinfeção durante pelo menos três anos, mas é preciso uma análise à COVID-19 contínua no tempo para perceber os seus efeitos a longo prazo nas probabilidades de se voltar a contrair a doença", reforçou a investigadora.

A divulgação do estudo surge no mesmo dia em que foi noticiado o nascimento de um bebé com anticorpos contra a COVID-19 depois de a mãe ter sido vacinada com a primeira doce da vacina Moderna no final de janeiro deste ano. O bebé nasceu nos Estados Unidos e é já o primeiro caso conhecido no mundo.