No Natal e na Passagem de Ano, vários restaurantes vão ter as portas fechadas em forma de protesto. O setor está descontente com a medida que foi anunciada esta terça-feira, 21 de dezembro, pelo primeiro-ministro, António Costa, que impõe a obrigatoriedade de apresentar teste negativo para aceder a restaurantes a 24, 25, 30, 31 de dezembro e 1 de janeiro.
Tendo em conta a escassez de testes e de vagas nas farmácias, os restaurantes prevêem que a adesão de clientes seja fraca e abrir significa prejuízo.
"Só o abrir as portas tem um custo considerável e, havendo esta expectativa negativa de que poucos portugueses poderão aceder aos restaurantes, não faz sentido os restaurantes abrirem", disse o presidente da Promover e Inovar a Restauração Nacional (PRO.VAR), Daniel Serra, em declarações à agência Lusa, segundo a CNN Portugal. "A restauração contava com esta ponta final de dezembro, que é sempre importantíssima, é a segunda faturação mais importante do ano e está perdida", acrescentou.
A restauração culpa a medida tomada esta terça-feira, 21, em Conselho de Ministros extraordinário e vai por isso encerrar como protesto. "Estamos neste momento em conversa com muitos empresários e, neste momento, está aqui uma posição com alguma dimensão: muitos restaurantes vão encerrar em protesto", avançou o presidente da associação.
A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) também já se pronunciou sobre as regras para a restauração, discotecas e bares e pede que o governo crie de imediato "mecanismos de compensação para as empresas do Alojamento Turístico e da Restauração e Bebidas" e justifica o apelo com os constrangimentos causados para cada setor.
"Quer pelo facto de terem de encerrar a sua atividade, como é o caso dos bares e discotecas, quer pelo efeito que estas medidas têm nos clientes, e que os levam a cancelar reservas já efetuadas, com todos os prejuízos que daí advêm, nomeadamente em termos de pessoal já contratado e aquisição de bens alimentares", pode ler-se num comunicado enviado às redações.
Já a PRO.VAR exige que o governo recue e volte a aplicar a medida que entrou em vigor a 1 de dezembro: a apresentação do certificado de vacinação contra a COVID-19 nos restaurantes.